Segredos da folha de pagamentos da União estão sendo revelados no debate legislativo sobre a reforma administrativa.
Um deles é que todo mês o governo gasta R$ 863 milhões com salários de servidores contratados para cargos que foram extintos há muito tempo, como:
* Operadores de destilaria, de telex e de videoteipe;
* Açougueiros, barbeiros, encadernadores, chaveiros, recreacionistas e ascensoristas;
* Datilógrafos e afinadores de instrumentos musicais.
Existem 69 mil funcionários federais remunerados em funções como essas, contou à Câmara Leonardo Sultani, secretário de Gestão de Pessoal do Ministério da Economia.
Eles custam R$ 8,2 bilhões por ano.
Custos do funcionalismo público no Brasil
Existem diversos estudos e pesquisas que tentam cumprir a difícil missão de apontar quanto, exatamente, o Estado brasileiro (União, Estados e Municípios) gasta com salários de funcionários públicos.
Um deles, feito pelo Instituto Millenium, que tem o ministro Paulo Guedes como um de seus fundadores, aponta que, em 2019, esse valor chegou R$ 930 bilhões. Dessa forma, 13,7% do PIB daquele ano foi usado para essa finalidade, contra 6% em educação e 3,9% em saúde.
Ainda segundo o instituto, com base em dados do FMI, o Brasil foi o sétimo país nesse quesito, em ranking com outras 63 nações. Seus números são parecidos com os de países desenvolvidos, de alto PIB per capita, como Noruega e Islândia. Já aqueles com realidade mais próxima à brasileira, como Colômbia, Peru e Chile, estão no patamar dos 6% do PIB.
Já o Banco Mundial informa que, em 2017, os salários pagos a 11,5 milhões de servidores ativos somaram R$ 725 bilhões. A entidade também considera esse valor alto para os padrões internacionais.