Augusto Pompeu, de 27 anos, natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tirou a própria vida na noite de domingo (27), com uma faca, dentro do estabelecimento onde trabalhava na Av Atlântica, em Balneário Camboriú.
Agora, a família tenta arrecadar o valor do translado do corpo para Campo Grande, mas só conseguiu parte do valor.
Ao JD1 Notícias, de Campo Grande, a cunhada, Ketna Gomes, disse que o sonho de Augusto era ir para fora do país. “Ele não queria continuar no Brasil. Há três anos estava trabalhando nesta pizzaria como moto entregador, com tudo já pronto pra ele ir embora, fez um acerto na empresa, mas o empregador não estava querendo pagar. Soubemos que Augusto ia processar o dono do lugar por isso”, conta. “Quando foi ontem (segunda-feira), recebemos a ligação do próprio IML contando o que teria acontecido. No começo achamos que era até brincadeira, mas não era”.
Augusto não tinha contado para a família se tinha crises depressivas ou fazia tratamentos. “Pra gente ele estava bem, um rapaz normal, sem esses problemas. Não temos muita informação concreta sobre como tudo aconteceu”, explica.
Pai de dois filhos, a família optou por trazer o corpo para MS. “Queremos que ele seja velado e que os filhos possam se despedir”, falou Ketna. Para trazer o corpo de Augusto, é preciso pagar R$ 10 mil, sendo que metade desse valor foi pago nesta segunda-feira (28). O corpo saiu de Balneário Camboriú nesta madrugada e deve ser sepultado na quarta-feira (30).
Para quem quiser ajudar com qualquer valor, basta fazer uma transferência via PIX para o número (67) 9 9145-5518.
Atendido pela Assistência Social
Ao Diarinho, a secretária de Inclusão Social, Christina Bachirello, Augusto era atendido no programa Abraço à Vida e também no Caps. “Ele tomava medicações para depressão”, conta a secretária.
Augusto foi atendido a primeira vez no programa municipal em janeiro de 2021. Ele faltou uma das consultas do mês de março e fez o último atendimento no dia 10 de março. “As informações que temos é que ele estava sofrendo de depressão, estava sem prazer na vida, teve um rompimento com a esposa e também a ruptura no trabalho”, informou.
Pizzaria lamenta e alega dificuldades
A pizzaria Bis, através de uma nota, deu sua versão sobre o ocorrido. “Lamentamos profundamente o trágico incidente ocorrido no fim da tarde de 27/6 em nosso restaurante da avenida Atlântica, em Balneário Camboriú. A Pizza Bis estende seus sentimentos à família”, dizia a nota.
Roberto Kist, proprietário do restaurante, em conversa com o DIARINHO, não quis comentar sobre a suposta dívida que teria com o funcionário.
Roberto explicou que Augusto foi demitido em janeiro, junto com outros funcionários do estabelecimento. As demissões, segundo o proprietário, foram motivadas pela queda de movimento durante a pandemia de covid-19.
Roberto diz que tentou evitar as demissões. No início da pandemia, ele conta que deu férias coletivas aos funcionários. Depois utilizou a suspensão de jornada de trabalho para garantir o auxílio do governo aos trabalhadores e ao mesmo tempo conseguir manter a pizzaria.
Em janeiro último, depois de a temporada de verão ser mais fraca que o esperado, Roberto iniciou as demissões. O empresário diz que toda a equipe está abalada com o ocorrido e informou e que haverá uma reunião com os funcionários antes da reabertura das duas unidades do restaurante, a partir desta terça-feira, em Balneário Camboriú.
O gerente e outra funcionária que presenciaram a tragédia vão se afastar das funções por um tempo porque estão muito abalados.
Com informações de JD1 Notícias e Diarinho
