VALE A PENA LER DE NOVO. Como sempre digo eu aumento mas não invento.
Exagerei um pouco na história do naufrágio do Barco do Bayer que andei publicando aqui meses atrás. Numa das meias verdades disse que o barco estava indo e era o contrário, o triste estava vindo de Joinville e resolveu dar um atchimbum nas águas geladinhas do nosso costão.
O barco da Companhia Bayer de Navegação da cidade dos homens dos dedos tortos – Tijucas – se chamava RIO TIJUCAS. Essa mesma belezura que está nos retratinhos ai em baixo. O brinquedinho da Companhia Bayer naufragou no Canto da Praia, conforme me havia relatado o nosso amigo Janga, o homem mais sabido das coisas antigas desse canto de praia.
Achei a notícia num jornal da época em Itajaí, cujo diretor era um conterrâneo aqui da Barra, o Juventino Linhares, sogro do meu amigo Paulo Cavalheiro Mendes.
O nome do danado do jornal é bastante sugestivo para um barco que andou se estrepando e se desmunhecando no nosso belo costão – é farol – O Pharol, veja só!
Achei a notícia graças à intervenção do sabichão Angel Lana Arpon, que vive escaranfunchando todos os barcos que andaram se ferrando por ai nessas águas incertas do Atlântico sul. Ele encontrou a data de 1927, num site de naufrágios e daí ficou facinho, foi só tirar a preguiça do couro e procurar lá no Arquivo Histórico de Itajaí.
Pra quem não está entendendo muito bem a histórinha, trata-se de um barco que naufragou aqui no Canto da Praia e seu mastro ou um tronco qualquer desse barco, vez em quando bota as fuças pra fora da areia, bem aqui enconstadinho nas areias da nossa Prainha. Até então não sabíamos ao certo nem local, nem data, nem nome do malfadado barco.
O jornal não conta mas a fofoca dá conta que o estopor do comandante andou enchendo os corno de cachaça e veio fazer a cagada bem aqui na foz da nossa lagoa, como se ela já tivesse atupetada de cacacas.
Mas que interessa é que o misterioso pau que apareceu aflorado na Prainha, resolveu dar as caras numa data bem próxima do dia do acidente. Publiquei no dia 25 de julho e o barco andou se pirulitando bem por esses dias, já que o hebdomadário quando não pifava, era semanal e data de 10 de agosto de 1927.
Foi interessante porque sempre ouvia falar desse bendito pau, pra mais de 50 anos e nunca o tinha visto nem mais gordo nem mais magro, até o dia que o lendário pau do Bayer resolveu fazer uma presença.
Como tudo que é Bayer é bom, mais esse mistério descoberto, que é muito bom e é mais uma historinha verdadeira pra engordar o nosso cabedal de milongas.,
Por
Isaque de Borba Corrêa
Historiador e Escritor
Nasceu no “logar Praia”, zona rural da cidade de Camboriú. É membro da Academia Desterrense de Letras e da Academia de Letras de Balneário Camboriú.
https://www.facebook.com/isaquedeborba.correa