De um lado, cerca de 232 mil desempregados no Estado podem ter uma chance de renda extra ou de até, no futuro, de conseguir um emprego. De outro, a expectativa de 20% a mais de turistas em SC, o que pode impulsionar o número de vagas. Por enquanto, as estimativas são modestas. Entidades preveem o mesmo número de vagas da temporada passada. Mas para os que têm experiência em atendimento, disponibilidade e comprometimento não faltam oportunidades, garantem as entidades ligadas ao comércio e turismo, que são os que mais contratam nesta época.
O gerente geral da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (CDL), Ademir Ruschel, afirma que a expectativa é de contratação de até 11 mil pessoas entre início de dezembro e final de março, mesmo número do ano passado. A explicação é que, apesar do fluxo maior de turistas, os empresários ainda estão preocupados com o ano que não foi muito bom e ¿estão mais precavidos¿. Para os candidatos, a disputa continua acirrada e é fundamental ter qualificação.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Santa Catarina (Abrasel) Raphael Dabdab, prefere não falar em número de vagas, mas reforça que disponibilidade e comprometimento são fundamentais.
– Tem que dar valor ao emprego, ser pontual e não faltar – observa.
Quem ainda não começou a procura pelo trabalho temporário deve se apressar. Esse é o período que as equipes começam a ser montadas, porém as contratações seguem até meados de dezembro, explica o presidente dos Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes, Bares, Lanchonetes e de Turismo e Hospitalidade da Grande Florianópolis, Anésio Schneider. Ele destaca que nessa corrida, leva vantagem quem se preparou para a área em que quer atuar.
A presidente da Associação de Lojistas do Beiramar Shopping, Izabel Costa, que deve oferecer mais de 300 vagas nesta temporada, tem uma dica importante para quem quer ser temporário: entregar o currículo pessoalmente nas lojas. Caso dê sorte, já dá para fazer a entrevista na mesma hora.
Apesar da previsão da Fecomércio de que nesta temporada o Estado tenha o mesmo número de vagas temporárias do ano passado, a efetivação deve ser menor. A expectativa é que 15% dos contratados sejam efetivados – tradicionalmente 20% acabavam empregados depois do verão. Por isso, mostrar bom trabalho durante o período se tornou mais importante.
A estudante de Moda Anayara Soares Rovaris, 23 anos, sabe muito bem disso. Desde 2012, ela trabalhava como temporária em uma livraria. O objetivo era ter renda extra e conseguir experiência profissional no período de férias. O comprometimento foi fundamental para a efetivação, que aconteceu no ano passado.
A supervisora de varejo das Livrarias Catarinense, Rosinete Werle, responsável pela contratação de Anayara, explica que neste ano, apesar de terem recebido muitos currículos para as 30 vagas que foram abertas, ainda enfrentam dificuldades. A principal ainda é o comprometimento, inclusive com “coisas básicas, como chegar no horário e usar o uniforme da empresa””.
(Por Diário Catarinense)
Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS