Medicamento alternativo a Hidroxicloroquina é indicado pela OMS contra COVID

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Os medicamentos “tocilizumabe e sarilumabe”, utilizados em casos de artrite, reduzem o risco de morte e a necessidade de respiradores em pacientes com covid-19, segundo uma análise de quase 11.000 doentes divulgada nesta terça-feira (6).

O estudo foi publicado no Journal of American Medical Association e levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a recomendar o uso dos medicamentos, conhecidos como “inibidores da IL-6”, além de corticosteroides entre pacientes com covid grave ou crítica.

Advinha qual outro medicamento é usado para artrite? Sim, a polêmica Hidroxicloroquina.

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Interleucinas (IL) são proteínas produzidas pelas células de defesa do organismo para estimular o sistema imunológico. A IL-6, secretada pelas células T e pelos macrófagos, induz um processo inflamatório visando a destruição do agressor — no caso da covid, o vírus Sars-CoV-2. Porém, em algumas pessoas esse processo foge do controle, ocorrendo a chamada tempestade de citocinas, quando o mecanismo, em vez de ajudar na cura, passa a agredir os tecidos e órgãos.

Estudos

Desde o início da pandemia, médicos e cientistas realizam estudos com drogas que, ao bloquear a ação da IL-6, impedem a tempestade. Esses medicamentos já existem e são usados para tratar a artrite reumatoide, também caracterizada por uma resposta descontrolada das citocinas.

Dentro do tratamento da Artrite, esse processo de “tempestade de citocinas” também acontece, é ai que a hidroxicloroquina (HCQ), conhecido no combate a malária, é usado. Quando medicamentos como a HCQ não funcionam, o tocilizumab e o sarilumab entram.

Inclusive um estudo publicado na Revista Brasileira de Reumatologia, em agosto de 2008, já mostrava que a concentração de cloroquina prevenia de maneira acentuada a produção de interleucina-6. (fonte)

A diferença?

Enquanto a Hidroxicloroquina é sintética os outros são biológicos.
O preço? Hidroxicloroquina custa hoje em torno de 80 reais, enquanto uma ampola intravenosa dos “novos” medicamentos podem custar até R$ 12 mil.

A eficácia?

De acordo com o estudo, estatisticamente, em quatro semanas, houve 115 óbitos em cada 1.000 tratados com os antagonistas (inibidores) de IL-6, e 130 em cada 1.000 na terapia padrão. Foram, portanto, 15 mortes a menos em cada 1.000 pessoas.

Em relação à evolução da doença, resultando na necessidade de uso de ventilação mecânica, isso ocorreu com 86 pacientes em 1.000 submetidos ao tratamento usual e 63 em 1.000 no grupo dos bloqueadores. Ou seja, 23 casos a menos em cada 1.000.

Pouco, mas já ajuda.

A OMS

Em nota, Janet Diaz, líder de gestão clínica e emergências em saúde da OMS. “Atualizamos nossa orientação de tratamento de cuidados clínicos para refletir esse resultado mais recente. Embora a ciência tenha funcionado, devemos, agora, voltar nossa atenção para o acesso. Dada a extensão da desigualdade global da vacina, as pessoas nos países de renda mais baixa correm o maior risco de covid-19 grave e crítica. Essas são as pessoas que essas drogas precisam alcançar”, alertou.

“Essas drogas oferecem esperança para pacientes e famílias que estão sofrendo com o impacto devastador da covid-19 grave e crítica. Mas os bloqueadores do receptor de IL-6 permanecem inacessíveis (financeiramente) para a maioria do mundo”, acrescentou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.



Medicamento alternativo a Hidroxicloroquina é indicado pela OMS contra COVID

Coluna Poucas e Boas – Por Gian Del Sent

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