Mercado Público, As Mídias Sociais e a necessidade de ser contra

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Por Claudir Maciel

Dias desses conversando com meu amigo e companheiro de Câmara de Vereadores por longos anos, João Miguel Tatá, falávamos do saudosismo tempo em que fazíamos política na raiz.

Era isso mesmo! Os políticos tinham contato com as pessoas. Não era virtual não. Conversavam coisas reais, iam nos bairros, sujavam os pés de lama e poeira quando a rua não tinha asfalto, eram acordados muitas vezes de madrugada para ajudar alguém, colaboravam colocando as mãos na massa nas festas comunitárias, iam nas reuniões de bairros e falavam cara-a-cara com as pessoas.

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A enrolação era complicada porque depois tinham que voltar naquela região para pedir apoio pessoalmente. Nos debates políticos, era olho no olho, dedo em riste e raciocínio construído na hora. Não tínhamos smartphone para pesquisar na hora. Dependendo do que afirmasse, a resposta era devastadora. As conquistas de um asfalto, de uma creche, de algo na área da saúde ou de algum projeto relevante, eram sempre comemoradas por todos: Governistas e Oposicionistas. Isso acontecia pela simples razão que o bem estar das pessoas era o que mais interessava.

As pessoas conversavam pessoalmente, se abraçavam e trocavam energias. Isso gerava solidariedade entre elas.

Nos dias atuais, com o advento das mídias sociais, Whatsapp, Instagram, Facebook, Twitter e tantos outros meios, parece ter havido um afastamento das pessoas. Um esfriamento nas relações. Mesmo juntas, as pessoas estão distantes. Não se abraçam tanto, não prestam atenção umas nas outras, não se preocupam tanto umas com as outras. O corpo está aqui, mas a mente está longe.

Qualquer movimento já vai para a REDE. Todos querem ser o primeiro a postar, a disseminar a notícia, sem se aprofundar na veracidade das informações, apenas para ficar bem na foto. Daí parece surgirem as FAKE NEWS.

Durante mais de 30 anos, Balneário Camboriú mobilizou toda a sua sociedade para a construção do Centro de Eventos para aquecer a economia da cidade. Depois de tanta luta, investimento de mais de 120 milhões e a obra praticamente 100% concluída (faltando equipamentos internos), ninguém comemora. Caiu meio no esquecimento.A onda nas redes é só achar defeitos.

Depois de 45 anos sem ter um hospital municipal, a energia gasta nas redes sociais é “MALHAR O JUDAS”para focar nos defeitos e não na conquista de ter uma estrutura de saúde que atende cerca de nove mil pessoas por mês e investe mais de 60 milhões por ano.

Em 1988, na campanha municipal. o meu amigo e também companheiro de Câmara de Vereadores,Nelson Nitz, lançou em sua plataforma de governo como candidato a prefeito, o primeiro debate sobre o alargamento da faixa de areia da praia central. Passados 31 anos de discussões, realizado plebiscito, conquistadas quase todas as licenças ambientais, viabilizado os recursos necessários, começam a surgir movimentos contrários sem dizerem ao certo porque são contras. Vai entender.

Agora, a bola da vez dos contras é o Mercado Público que o prefeito Fabrício Oliveira quer construir no bairro da barra. Uma obra idealizada como um atrativo turístico, e de valorização do bairro mais antigo de Balneário Camboriú, que pretende atender ao contexto histórico e cultural, vem sofrendo os mais diversos questionamentos.

Sempre em grupos sociais denominados “EM DEFESA DO POVO”, mas que nunca colocaram os pés nas ruas dos bairros da nossa cidade, que não reconhecem as pessoas pelo nome e que se ficarem sem seu GPS, precisaram ser resgatados porque não conhecem a cidade.

Grupos de mídias sociais com esse discurso demagogo para esconder seus reais interesses, tem deixado o bairro da barra as margens do desenvolvimento do município por muito tempo. Me parece que o interesse real é mais para uma reserva de mercado do que com o bem estar das pessoas de lá. A Barra recebeu pouquíssimos investimento em infraestrutura e equipamento turístico (zero) ao longos dos anos. É o bairro que deu origem a tudo que temos, mas que fica na outra margem do rio feito “cachorro em frente a máquina de assar frango”, só olhando as riquezas do lado de cá.

É hora de de deixar o bairro da barra se desenvolver de verdade, de provar das conquistas desta cidade maravilhosa e de ser feliz também. É preciso mudar esta onda de ser contra tudo e contra todos só porque é fácil escrever nas redes sociais (mesmo com erros e desinformações exageras).

Balneário Camboriú é um exemplo de cidade boa, próspera e desejada por todos que a conhecem ou que já ouviram falar dela. Creio que mudar esta onda do “achar defeitos e criticar tudo” seria bem melhor para todos.

Pouquíssimas (menos de 10) das 5.570 cidades no Brasil tem números tão bons quanto temos. Na saúde (temos 95% de saneamento, hospital próprio, pronto atendimento funcionando e caminhando para o segundo. Investimos 35% do orçamento ao ano(a obrigação é 15%); na educação, com 100% das crianças atendidas em todas as suas necessidades; na segurança com 170 agentes (primeiro lugar no Brasil); na atenção ao idoso, o selo cidade amiga do idoso concedido pela Organização Mundial da Saúde (única no Brasil); nas ações de inclusão social, com centenas de programas em funcionamento; nas medidas ambientais, o selo bandeira azul conquistado entre outras 5 do Brasil; no turismo, somos o segundo destino turístico de Santa Catarina; na infraestrutura, com 92% das ruas pavimentadas, com uma rede de bares, restaurantes e hotéis a dar inveja a qualquer cidade grande.

Temos o que agrade maioria dos municípios sonham em um dia ter. Só nos falta entusiasmo para comemorar e se orgulhar de tudo isso.

A vida não é feita pelo que temos, mas pelo que sentimos.

Saudações a todos.

Claudir Maciel

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