Mesmo não sendo confiáveis, Prefeitura de Camboriú vai gastar 480 mil em testes rápidos

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Na contramão do que tem sido adotado por outros municípios, a prefeitura de Camboriú vai investir 480 mil reais em testes rápidos para detecção de casos de coronavírus na cidade.

Embora a própria Anvisa alerte que não é um meio 100% confiável e só tem eficácia nos resultados em uma pequena janela de tempo após a contaminação e aparecimento dos sintomas, a prefeitura resolveu investir no teste.

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Uma nota informativa da Anvisa sobre testes rápidos destaca que o resultado do exame não devem ser usados como evidencia absoluta. Em geral, um teste positivo feito em teste rápido, deve ser acompanhado de um teste de laboratório para confirmação.

“Destacamos que os resultados negaDvos com testes rápidos para anDcorpos não excluem a infecção por SARS-CoV-2 e resultados positivos não devem ser usados como evidência absoluta de infecção ou proteção devendo ser interpretado por profissional de saúde em associação com dados clínicos e outros exames laboratoriais confirmatórios.” diz a nota.

Vale lembrar ainda que há um período de janela imunológica, que é o intervalo (não inferior a 7 dias do início da infecção) de tempo entre a infecção e a produção de anticorpos em níveis detectáveis por um teste que precisa ser considerado. Ou seja, não detecta no início dos sintomas. Se a testagem ocorrer dentro do período de janela imunológica, o resultado do ensaio poderá ser negativo, mesmo quando a pessoa estiver contaminada (falso negativo).

O Lacen, Laboratório Central do Estado, tem cerca de 5 mil testes represados e tem demorado até 10 dias para emitir um resultado. Usar teste rápido, nesta altura do campeonato, é continuar dependendo do estado para emitir um resultado fidedigno e atrasar mais ainda o tratamento.

As prefeituras tem optado por contratar exames PCR em laboratórios particulares, que são mais rápidos e mais confiáveis, embora mais caros. O atraso dos resultados do Lacen dificultam ter a real dimensão do problema. Em alguns casos, o resultado chega quando o paciente já não está mais com o vírus. Sem contar que a dificuldade em receber o resultado pelo laboratório central, faz com que os testes sejam realizados em quem esta em estado mais crítico, sem descartados os testes em pessoas com sintomas iniciais.

Ivermectina

Também na contramão dos demais, a prefeitura de Camboriú não adotou a ivermectina no protocolo de tratamento dos sintomas na fase inicial. O medicamento, assim como o teste rápido e a própria cloroquina, não é endossado pela maioria e ambos tem alerta da Anvisa. Mas é usado com sucesso em vários municípios, na rede privada como Unimed e tem trazido bons resultados ao evitar que os sintomas se asseverem nos pacientes.

A prefeitura de Camboriú na verdade não tem tratado preventivamente nem mesmo seus pacientes positivos. São fornecidos apenas medicamentos básicos para controle dos sintomas iniciais. Quando os sintomas se agravam, são unidades de saúde da região que fazem o tratamento intensivo.

Inclusive, a própria saúde de Camboriú orienta que as pessoas procurem as unidades de saúde somente quando tiver sintomas acentuados, como falta de ar e dificuldade para respirar. Informação foi divulgada em uma nota publicada no dia 23 de junho.

Departamento de Vigilância Epidemiológica, orienta que os moradores procurem por atendimento no Centro de Triagem e Coleta de Covid-19 e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), em casos de sintomas acentuados, como por exemplo: febre, falta de ar, respiração acelerada, tosse, dor de garganta e dificuldade para respirar. Se os sintomas forem leves, ou algum familiar positivo e a pessoa encontra-se assintomático, permaneça também em repouso e em isolamento domiciliar.

Quando o paciente chega a sentir falta de ar e dificuldade para respirar, a doença já está acometendo os pulmões e o trabalho se torna muito mais intenso para reverter o quadro, isso quando consegue ser revertido. Afinal, grande maioria dos casos de pacientes que são internados nas UTIs da região, chegam em estado grave sem sequer ter sido testada para COVID anteriormente.

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