O incêndio no Museu Nacional, na noite deste domingo (2), no Rio, fez muita gente lembrar de outro importante museu brasileiro, o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, em São Paulo. O museu que conta a história da Independência do Brasil está fechado desde 2013 para passar por uma grande reforma depois que foram constatados grandes problemas em sua estrutura.
Todo o acervo do Museu do Ipiranga foi transferido. A previsão é que o museu seja reaberto em 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil (veja vídeo acima do Antena Paulista).
Na época em que foi fechado, há cinco anos, o prédio, de arquitetura neoclássica, inaugurado em 1892, apresentava diversas rachaduras e umidade por trás da tinta plástica que não deixa as paredes respirarem. As paredes internas, de tronco de palmeira juçara e argamassa, estavam se desmanchando.
Os mais de 30 mil objetos que fazem parte do acervo foram transferidos para três imóveis alugados pela Universidade de São Paulo (USP), que administra o museu. Outros dois imóveis já receberam a biblioteca e o acervo de imagens e documentos.
Do acervo total, apenas 36 obras permanecerão no prédio durante a reforma. Entre elas está o icônico quadro do Grito do Ipiranga feito por Pedro Américo, a maquete da cidade de São Paulo feita em bloco de gesso e as estátuas dos bandeirantes que estão no saguão central.
Solange Ferraz de Lima, diretora do museu, explica que a decisão de dividir os objetos entre vários endereços diferentes foi tomada para facilitar o acesso ao acervo para pesquisadores durante os anos em que o museu ficará fechado para reforma. De acordo com Solange, o laudo do último diagnóstico realizado constatou que não há sérios problemas na estrutura do prédio construído em 1890.
“O laudo mostra que o edifício está bem. Ou seja, o problema que motivou o fechamento tem a ver com os revestimentos, não com a estrutura. Os forros sofreram muito com infiltração e foram encharcando. Isso começou a pesar e havia risco de desabamento. Mas uma reforma estrutural seria mais complicada e provavelmente muito mais cara”, explica.
Para a avaliação da conservação, foram abertas “janelas” de observação com a retirada de azulejos e realização de pequenos buracos nas paredes, colunas e teto para a observação dos materiais e estrutura.
O projeto arquitetônico que venceu o concurso promovido pela USP para o restauro e modernização do prédio foi apresentado em março deste ano. A empresa tem agora dez meses de prazo para terminar e apresentar o projeto executivo das obras. Ou seja, elas só começarão em 2019. A previsão é que o Museu do Ipiranga seja reaberto para o público em 2022, no bicentenário da Independência.
As obras devem custar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões e serão bancados por empresas que queiram investir no projeto.