O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse hoje (10) que não aceitará qualquer tipo de interferência nas investigações a cargo do órgão, que é vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Aproveito para reafirmar o compromisso da Polícia Federal com os interesses do Estado brasileiro. Nossa atuação será sempre pautada pelo estrito cumprimento da lei e pelos princípios do estado democrático de direito. Esse será um norte inafastável na gestão das investigações policiais, que serão coordenadas com base no trinômio qualidade da prova, autonomia investigativa e responsabilidade, e com absoluto rigor em relação a eventuais desvios ou personalismos”, disse Rodrigues durante a cerimônia em que assumiu oficialmente o cargo.
Informação sigilosa
Embora a declaração do novo diretor geral foi contundente e de grande importância, o Ministro da Justiça Flávio Dino divulgou em coletiva de imprensa uma informações sigilosas das investigações da própria corporação.
De acordo com o Ministro, a Polícia Federal (PF) vai pedir 50 novos mandados de prisão à Justiça contra participantes dos protestos que ocorreram em Brasília, no domingo 8. A informação, que deveria ser sigilosa, interna e sem que houvesse vazamento, foi divulgada pelo ministro nesta terça-feira, 10, depois de participar da posse do novo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
“Nós já temos mandados de prisão expedidos, que serão cumpridos, espero que hoje”, afirmou Dino. “Nós teremos hoje novos pedidos de mandado de prisão e de busca e apreensão”, acrescentou o ministro aos jornalistas.
O ministro detalhou que serão 50 novos pedidos de prisão. Ele disse que, entre os alvos, há pessoas que participaram de atos de vandalismo em Brasília, mas fugiram, e não foram presas em flagrante, além de organizadores e financiadores que já foram identificados.
O fato do Ministro saber detalhes de quantos pedidos são e de quem se trata, já é o bastante para comprovar que já há interferência e vazamento de informações da corporação.