Operação da Polícia Federal em SC, PR e SP, apreende aeronaves irregulares

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A Polícia Federal (PF) apreendeu 13 aeronaves sem condições de voo durante operação em Santa Catarina, Paraná e São Paulo nesta quarta-feira (10) contra crimes de perigo à aviação. Um dos locais alvo de busca e apreensão é uma empresa de táxi-aéreo de Joinville que estava com a permissão suspensa para esse tipo de atividade. Foram apreendidas ainda peças e documentação. Ninguém foi preso.

A operação, chamada Dédalo, ocorre em conjunto com Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e teve as investigações iniciadas em 2016. Inicialmente, eram sete aeronaves alvos de buscas, sem condições de aeronavegabilidade por irregularidades documentais e estruturais, colocando em risco a aviação civil. Das 13 apreendidas, duas estavam no Paraná, seis em Santa Catarina e cinco em São Paulo.

Operação combate crimes  de perigo à aviação — Foto: PF/Divulgação

Operação combate crimes de perigo à aviação — Foto: PF/Divulgação

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A empresa de Joinville não podia trabalhar com táxi-aéreo desde 2017 e estava com suspensão também na oficina de manutenção, mas tinha autorização para comercializar peças.

Além das buscas nos aviões, foram cumpridos ainda 10 mandados de busca e apreensão, sendo três em Joinville, um em Rio do Sul, dois em Curitiba, três em Sorocaba e um em Birigüi, em oficinas mecânicas, residências e empresas.

“Tínhamos uma série de documentos, peças, cinco aeronaves em Joinville, e todo o material que já foi periciado em fase anterior e parte agora vai ser analisado para a continuidade desses trabalhos”, disse Oscar Biffi, delegado da PF.

Participaram dos trabalhos 50 policiais federais e 20 fiscais da Anac. Os investigados poderão responder pelos crimes de perigo à aviação, falsificação de documentos, falsidade ideológica e sonegação fiscal, cujas penas isoladas variam de um a seis anos de prisão.

Investigações

As investigações começaram em 2016, após denúncia de irregularidades na manutenção de aeronaves e reportagens jornalísticas vinculando as irregularidades a quedas de helicópteros. Um inquérito policial foi aberto e a PF, em conjunto com a Anac, fez a inspeção na empresa investigada, apreendendo documentos, peças e aeronaves.

Segundo a PF, a perícia dos documentos e contatos com fabricantes e autoridades estrangeiras dos Estados Unidos, comprovaram indícios de compra de aeronaves sinistradas, reparo além dos limites permitidos pelo fabricante, com uso de registros supostamente fraudulentos ou com o aproveitamento de plaquetas e documentação para emprego em outras aeronaves, além de falhas nos controles, colocando em risco a aviação civil.

Ainda de acordo com a polícia, foram apontados indícios de falsificação de documentos, e a não prestação ou prestação parcial ou dissimulada de informações à Anac para dificultar ou iludir a fiscalização do órgão, além de fraudes fiscais nos processos de importação de aeronaves.

Dédalo

Na mitologia grega, Dédalo era um homem muito sábio e criativo, pai de Ícaro, que fabricou asas de penas ligadas com cera para que ele e Ícaro pudessem voar e fugir do labirinto onde estavam presos.

Na fuga, Ícaro se aproximou muito do sol, a cera derreteu e ele caiu no mar. Da mesma forma, o uso de peças não adequadas em aeronaves pode provocar acidentes aéreos.

G1 SC

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