Cerca de 100 policiais federais cumprem, nesta terça-feira (22), 20 mandados de prisão em cidades de Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, durante a operação Mar Aberto. O objetivo é desarticular uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de cocaína.
Camboriú é alvo de um dos mandados, assim como Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo, Florianópolis, Itajaí, Navegantes e São José. Há cumprimento também em Curitiba e Matinhos, no Paraná, e Itapemirim, no Espírito Santo. Há ainda seis mandados de prisão preventiva de outros investigados. A 1ª Vara Federal de Itajaí autorizou ainda o sequestro de veículos, imóveis e duas embarcações de pesca industrial que pertencem ao grupo criminoso.
Os criminosos fingiam operações de pesca para movimentar toneladas de cargas de cocaína para alto mar, que seriam entregues a embarcações estrangeiras e levadas até países da África e Europa.
A 1ª Vara Federal de Itajaí autorizou ainda o sequestro de veículos, imóveis e duas embarcações de pesca industrial que pertencem ao grupo criminoso.
6,5 toneladas de drogas
As investigações começaram em outubro de 2020. A polícia identificou uma organização criminosa que se apossou de barcos de pesca industrial para transportar grandes quantias de cocaína para o exterior. Além da aquisição de barcos de grande autonomia e capacidade de armazenamento de carga, a organização contratou, em vários pontos do país, tripulações especializadas na atividade de navegação marítima para realização de longas travessias intercontinentais.
Durante pouco mais de um ano de investigação, a Polícia Federal identificou três barcos pesqueiros, além de operadores logísticos e gerentes operacionais em solo.
Em 3 de julho deste ano, foi abordada uma embarcação na foz do rio Itajaí-Açu. Ela estava carregada com 2,8 toneladas de cocaína ocultas sob densa camada de gelo. Na data, sete tripulantes foram presos em flagrante. Em 20 do mesmo mês, outra embarcação foi abordada na costa de Porto Belo. Foram encontrados 844 quilos de cocaína no porão da embarcação, escondidos em redes de pesca. Oito pessoas foram presas.
Em uma segunda fase da investigação, deflagrada em 16 de setembro, denominada operação Coroa, outros sete envolvidos também foram presos, todos ligados a atividades logísticas de facilitação à operação de tráfico.
Uma terceira embarcação, também originária da frota pesqueira de Itajaí, estava sendo monitorada desde sua estadano porto de Natal/RN, de onde partiu em 27 de fevereiro. Em aproximação ao litoral de Recife/PE, teria sido carregada com 2.800 kg de cocaína e seguiu viagem rumo à costa da África. Perseguida em alto mar, a tripulação teria dispensado as bolsas náuticas que continham a droga em alto mar, não sendo possível a apreensão da carga ilícita naquela oportunidade.
Entre os meses de maio e julho, bolsas de cocaína começaram a chegar no litoral da Bahia e Espírito Santo, onde foram sendo encontradas pela população local. Há registro de que até o momento foram arrecadadas 17 bolsas náuticas intactas, carregadas com 442 kg de cocaína.
As investigações apontam que, ao longo de um ano, a organização criminosa tentou exportar para os continentes africano e europeu ao menos 6,5 toneladas de cocaína. As provas que estão sendo coletadas auxiliarão na identificação dos financiadores da atividade criminosa, dentre outros eventuais participantes.
Todos os investigados devem responder pelos crimes de tráfico internacional e associação para o tráfico, com penas somadas de 8 a 25 anos de prisão, além do perdimento dos bens utilizados nas ações criminosas ou adquiridos com o proveito destas.
Por Linha Popular