Depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu as eleições presidenciais de 2022, as solicitações de emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”, aumentaram em 2.272%.
Isso foi observado através de um levantamento realizado pelo site Metrópoles, baseado nos dados disponíveis sobre emendas de relator em 2022. Antes das eleições, o valor solicitado pelos congressistas atingiu o pico em abril de 2021, chegando a R$ 53 bilhões, mas caiu para R$ 1,6 bilhão em outubro do mesmo ano. Em novembro, as solicitações aumentaram para R$ 38 bilhões, seguidas de R$ 16 bilhões em dezembro. Antes da posse de Lula, o governo Bolsonaro liberou R$ 6 bilhões em pagamentos, violando o fim do orçamento secreto.
Embora o Executivo e o Judiciário se uniram contra as emendas de relator, o Legislativo continuou a defender o que chamou de “orçamento municipalista”. Durante a campanha eleitoral, Lula criticou duramente os pagamentos feitos por meio dessas emendas, chamando-os de “a maior vergonha deste país”.
Alguns parlamentares solicitaram emendas após o primeiro turno, incluindo Rui Falcão (PT-SP), que solicitou R$ 5 milhões em dezembro, antes de Lula assumir o cargo. Também chamam a atenção as solicitações de Denis Bezerra, presidente do PSB-CE, partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Bezerra não foi reeleito e solicitou R$ 8 milhões em emendas após o primeiro turno, mas cancelou seus pedidos posteriormente.
Nilto Tatto (SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, e a senadora Zenaide Maia (PSD-RN), vice-líder de Lula no Congresso, também fizeram solicitações do orçamento secreto somente após a eleição do petista. Rodrigo Agostinho (PSB-SP), ex-deputado indicado para a presidência do Ibama, fez três solicitações em 2022, todas após as eleições.
Confira a matéria da Metrópoles
https://www.metropoles.com/brasil/orcamento-secreto-apos-eleicao-solicitacoes-dispararam-2-200