Perícia em celular de assassino de GM pode mudar o rumo investigação, diz delegada

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A delegada Camila Cecconello, responsável pelo caso de assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda pelo policial penal federal e apoiador de Bolsonaro Jorge Guaranho, disse na noite desta sexta-feira (15) que a perícia no celular do autor do crime pode trazer fatos que alterem os rumos da investigação.

A entrevista foi dada para a repórter Isabela Camargo, da GloboNews.

Depois de críticas ao longo desta sexta, após afirmar que o inquérito policial que apura o caso foi concluído, a delegada admitiu que a perícia do celular de Jorge Guaranho ainda pode trazer novos elementos para a investigação.

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“A primeira providência que nós tomamos foi solicitar e foi tentar descobrir quem estava na posse desse celular, e imediatamente representamos pela apreensão do celular e pela autorização para acesso. E extração dos conteúdos desse celular é importante sim, porque no celular muitas vezes o autor pode ter comentado que ia fazer, pode ter dado alguma opinião. Então, a análise do celular é muito importante sim e pode trazer algum elemento novo na investigação”, afirmou Camila.

“Mas como temos um prazo a cumprir, sob pena de que o não cumprimento do prazo pode acarretar a soltura desse suspeito, do réu, nós temos que relatar o inquérito com os elementos que nós temos e claro aguardar”, acrescentou a delegada, para explicar a agilidade na conclusão do inquérito.

O prazo para entregar o inquérito terminaria na próxima terça-feira (19).

O petista Marcelo Arruda (esq.) foi morto por Jorge Guaranho (dir.), apoiador de Bolsonaro — Foto: Reprodução
O petista Marcelo Arruda (esq.) foi morto por Jorge Guaranho (dir.), apoiador de Bolsonaro — Foto: Reprodução

Mais cedo, a polícia disse que antecipou o fim dos trabalhos porque já tinha os elementos de que precisava para fazer o indiciamento. E que não havia necessidade de esperar todas as perícias, entre elas a do celular do assassino.

O policial penal Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e perigo coletivo, ao oferecer risco para as outras pessoas.

A delegada que comandou a força tarefa disse não haver provas de que foi um crime político.

“Para você enquadrar num crime político, que é a lei de crimes contra o estado democrático de direito, você tem alguns requisitos, como, por exemplo, impedir ou dificultar uma pessoa de exercer os seus direitos políticos. Então, é complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir o exercício dos direitos políticos daquela vítima. A gente analisa que quando ele chegou no local ele não tinha intenção de efetuar os disparos. Ele tinha a intenção de provocar. E a gente avalia que esse acirramento dessa discussão entre eles, essa escalada da discussão entre os dois, é que acabou fazendo com que o autor voltasse e praticasse o homicídio”, afirmou Camila.

“Nesse primeiro momento, fica muito claro eu houve uma provocação e uma discussão em razão de opiniões políticas. Agora, quando ele retorna pra casa e resolve voltar, não há prova nos autos suficientes que indiquem que ele voltou porque ele queria cometer um crime de ódio contra uma pessoa ou pessoas de outro partido político que não o dele. O que nós temos é o depoimento da esposa, que diz que ele alegou que ia voltar porque se sentiu humilhado porque a vítima teria jogado pedras e terra no interior do carro e acertado a esposa e o filho dele”, acrescentou.

A defesa da família de Marcelo Arruda questionou o que chamou de “pressa” nas investigações e defendeu a tese de que o tesoureiro do PT foi morto por questões políticas.

“O caso do Marcelo, continuamos destacando, foi com cunho político. O assassinato dele teve motivações de intolerância política, um crime de ódio”, diz o advogado Ian Vargas.

G1

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