Pesquisadores estudam presença e mortes de pinguins no litoral de SC

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A quantidade de pinguins que tem aparecido no litoral catarinense intriga pesquisadores. Um fato é preocupante: 95% deles são encontrados mortos. Um projeto de monitoramento faz estudos e também ajuda a recuperar os animais machucados.

Viagem

Todo ano, os pinguins saem do extremo Sul do continente em busca de alimentos. O percurso pode chegar até o litoral do Espírito Santo, mas no ano passado, Santa Catarina foi a linha de chegada para muitos deles.

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O ano de 2018 chamou a atenção de pesquisadores pela quantidade de animais marinhos que apareceram na nossa costa. Foram mais de 5,8 mil pinguins. A maioria não sobreviveu.

Pinguins em recuperação em Florianópolis — Foto: Reprodução/NSC TV

Pinguins em recuperação em Florianópolis — Foto: Reprodução/NSC TV

Os dados são do Projeto Monitoramento de Praias, que há quase quatro anos recupera animais marinhos vivos e recolhe mortos para estudo. Os pesquisadores ainda estão tentando entender o que trouxe tantos para o nosso litoral e o motivo das mortes.

“Esse ano, comparado com todos os outros que a gente teve, foi um ano anormal, considerando a quantidade de animais encontrados. Têm os fatores climáticos e ambientais, que estão sendo estudados. A gente sabe que fenômenos ambientais podem interferir”, disse a veterinária Marzia Antonelli.

Há aqueles pinguins que não terminam o percurso, mas conseguem sobreviver. Às vezes é fôlego mesmo que falta, porque alguns são muito jovens e ficam fracos. Mas em outras vezes o motivo não é culpa deles. “Encontrou lixo, encontrou óleo, encontrou interação com pesca”, declarou a veterinária.

Recuperação

O ponto de apoio para eles se recuperarem é em um instituto em Florianópolis. Ele é mantido pelo Projeto Monitoramento de Praias, que analisa o impacto da exploração de petróleo na Baia de Santos.

Desde o começo do projeto, em 2015, foram colocados de volta no mar 67 pinguins, trabalho que a Polícia Militar Ambiental já faz há 24 anos.

“A gente fazia o recolhimento sempre de animais vivos. Agora a ideia é mais técnica, com mais informação e aí os animais mortos, que não eram um dos objetivos que a gente tinha, começaram a ser um dos objetivos também desse projeto, que aí vão responder outras perguntas: de onde vêm, por que morrem”, disse o sub-tenente da Polícia Militar Ambiental Marcelo Duarte.

Os pinguins que estão atualmente no instituto estão se recuperando para voltarem ao mar. “A gente espera que, a partir de abril, a gente consiga com que todos eles estejam aptos para a soltura”, afirmou a veterinária.

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