PF deflagra 2ª fase da Operação Alcatraz e 20 são presos

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) a 2ª fase da Operação Alcatraz, que tem como alvo suposta organização criminosa suspeita de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro em Santa Catarina.

Segundo a PF, são cumpridos 20 mandados de prisão – 11 mandados de prisão preventiva e outros 9 de prisão temporária. As prisões são cumpridas em Florianópolis, Joinville e Xanxerê. A operação cumpre ainda 34 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal. 

Um dos presos na operação é o empresário Jefferson Colombo, dono da empresa Apporti. A prisão preventiva do empresário foi confirmada pelo advogado dele, Francisco Ferreira. Em uma das denúncias da fase anterior da Operação Alcatraz, Jefferson Colombo foi apontado como operador financeiro do deputado estadual Julio Garcia no suposto esquema investigado.

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Também foram deferidas medidas cautelares como afastamento da função pública, proibição de contato com outros investigados e de se ausentar do país, além do bloqueio de patrimônio dos investigados em valores que variam entre R$ 928 mil e R$ 37 milhões. Uma entrevista coletiva será concedida às 10h na Superintendência da Polícia Federal, em Florianópolis, para mais detalhes.

A segunda fase da operação, realizada nesta terça, é chamada de “Hemorragia”. Conforme a PF, as ações visam desarticular a organização criminosa identificada e colher novos elementos de prova, inclusive relacionados a outros eventuais beneficiários.

Ainda segundo a PF, as investigações tiveram início em julho de 2018, após o encaminhamento pelo Ministério Público de Contas do Estado de Santa Catarina de representação fiscal para fins penais elaborada pela Receita Federal em Florianópolis, que apontava indícios de desvios de recursos oriundos das Secretarias de Estado da Administração e Saúde.

Conforme a PF, as provas colhidas indicam a atuação de organização criminosa no Governo de Santa Catarina por pelo menos 10 anos, entre 2008 e 2018. Ela seria comandada por ocupantes de cargos elevados em instituições públicas e detentores de forte influência política.

O volume de recursos públicos pagos pelo Governo de Santa Catarina às principais empresas da área de tecnologia identificadas na investigação já teria ultrapassado a quantia de R$ 500 milhões, sendo grande parte oriunda da verba destinada à Secretaria de Saúde do Estado, informou ainda a PF.

No período da investigação, segundo a PF, estima-se que ao menos R$ 50 milhões foram repassados mediante contratos simulados a empresas pertencentes a operadores financeiros que seriam integrantes da organização criminosa. A Receita Federal e o Ministério Público participam das investigações.

A reportagem busca contato com as secretarias citadas e atualizará a matéria com os contrapontos assim que recebê-los.

Primeira fase da Alcatraz

A primeira fase da Operação Alcatraz foi deflagrada maio de 2019, com o objetivo de combater fraudes a licitações e desvios de recursos públicos ligados a contratos de prestação de serviços de mão de obra terceirizada e do ramo de tecnologia firmados com órgãos do poder executivo estadual em Santa Catarina.

Um dos alvos da primeira fase da operação foi o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o deputado Julio Garcia. Ele já foi alvo de duas denúncias pelo Ministério Público Federal (MPF) dentro da operação.

O MPF o aponta como “chefe de uma organização criminosa” que era formada por funcionários públicos que praticavam delitos contra a administração pública. Entre os crimes pelos quais o deputado foi denunciado, estão lavagem de dinheiro, peculato, fraude em licitação e contrato subsequente. Julio Garcia nega as acusaçõese afirma ser alvo de uma perseguição.

NSC

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