Professor é investigado por assediar alunas adolescentes para melhorar notas

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A Polícia Civil de São Francisco do Sul, no Norte catarinense, investiga um professor de 65 anos suspeito de assédio sexual contra três alunas, entre de 11 a 15 anos, em uma escola municipal da cidade. Segundo o relato das vítimas, o homem teria pedido para que estudantes dançassem para ele de portas trancadas, para que melhorassem as notas.

De acordo com os boletins de ocorrência, as adolescentes também citaram toques no corpo e abraços inconvenientes. A investigação teve início no início de abril, após as famílias das adolescentes terem procurado a polícia.

Conforme a Secretaria municipal de Educação, o professor foi afastado de sala de aula no dia 28 de março, e um processo disciplinar contra ele foi aberto (leia mais abaixo). Ao g1 SC nesta terça-feira (12), o delegado Fábio Fortes, responsável pelo inquérito policial, afirmou que as investigações correm em sigilo.

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O nome da escola e dos envolvidos não foram divulgados para não expor as estudantes, que são menores de idade, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Relatos

De acordo com os boletins de ocorrência, o professor teria passado a mão na barriga de uma das estudantes, tocado na coxa de outra “de forma inconveniente” e abraçado e constrangido alunas com atitudes em público.

A mãe de uma das meninas de 11 anos afirmou que ela mudou o comportamento por conta dos abusos. Outra mãe afirmou que a filha começou a ir de moletom para a escola, mesmo em dias de calor, para evitar as importunações.

“Minha filha relatou que o professor por duas vezes colocou a mão na cintura dela, passou a mão na barriga. Ela se sentiu constrangida”, disse a mãe da menina de 11 anos.

Pedro Mira, advogado criminalista que foi procurado por pais das alunas afirmou que a suspeita é que o número de vítimas passe de 10.

Outro relato à polícia, de uma menina de 14 anos, descreve que o educador teria pedido para que as estudantes dançassem para ele em sala de aula, caso quisessem “melhorar a nota”. No boletim de ocorrência, a adolescente conta que o professor teria dito que fecharia a porta “para que assim tivessem mais privacidade”.

Processo administrativo disciplinar

Segundo a Secretaria municipal de Educação de São Francisco do Sul, a diretora da unidade de recebeu uma denúncia sobre o caso no dia 18 de março. Sete dias depois, dia 25, outros relatos de alunas foram feitos e a informação foi repassada para a Procuradoria Geral do município. O Conselho Tutelar da cidade também foi acionado.

“O Professor foi chamado para apresentar a sua versão e encaminhamos a situação para abertura de Processo Administrativo (PAD). Logo que a Secretaria de Educação recebeu a denúncia, afastou o professor em questão. Agora, com a abertura do PAD publicado no Diário Oficial, ele está afastado por tempo indeterminado pela sindicância, até que os fatos sejam apurados”, informou, em nota, a prefeitura.
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