Promotor investiga estudos sobre alargamento da praia de BC

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O projeto de alargamento da praia Central de Balneário Camboriú começa a ser investigado pelo ministério Público. O promotor Isaac Sabbá Guimarães, que atua na curadoria do Meio Ambiente, abriu inquérito para apurar possíveis irregularidades no projeto.

De acordo com informações, a denúncia de supostas irregularidades que estão sendo questionadas pelo promotor, teria sido feita por um oceanógrafo e um advogado, em maio de 2018, mas foi negada pelo doutor Isaac. Na ocasião, ele alegou não ser a sua competência analisar o mérito da denúncia. Dia 18 de janeiro, o promotor resolveu desengavetar a denúncia e abrir um inquérito.

Entre as preocupações do promotor está a de saber se a prefeitura produziu ou contratou estudos técnicos que avaliem possíveis impactos negativos na enseada que forma a praia Central de Balneário. Entre as dúvidas, está a de alterações nas ondulações e o que isso pode acarretar para o meio ambiente.

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O promotor também quer saber se a prefeitura avaliou qual o impacto que um possível aumento de turistas na cidade, por conta do alargamento da areia da praia, produziria tanto em relação à mobilidade urbana quanto ao fornecimento de água. No mesmo inquérito, o promotor manda que a prefeitura informe como estão os estudos para explicar o aparecimento das grandes quantidades de algas e briozoários na praia. Uma perícia foi pedida pelo representante do ministério Público.

Ontem foi publicado em um jornal de circulação local uma matéria escrita por Fernando Diehl, dono do grupo Acquaplan, em que ele explica boa parte dos questionamentos do promotor sobre o impacto ambiental e o aparecimento dos briozoários na orla da praia central. No texto, Diehl acusa o engordamento, sem estudos, feitos na Barra Sul há muitos anos atrás, como causa. Essa mesma justificativa está nos estudos do EIA/RIMA, feitos pela Acquaplan, contratada pela prefeitura na gestão de Edson Piriquito, para o alargamento da praia central.

No mesmo texto, para justificar a sua fala de que a poluição da praia central estaria afugentando turistas, Fernando cita o vídeo de Leonel Pavan mostrando a praia vazia. O vídeo que, de acordo com Pavan, teria sido gravado as 10 da manhã, já foi desmentido nas redes sociais.

O que diz a prefeitura

A bióloga Maria Heloísa Lenzi, diretora da secretaria de Meio Ambiente da prefeitura, diz que tudo o que o promotor pede está tanto no estudo de Impacto Ambiental quanto no relatório de Impacto Ambiental, conjunto de documentos conhecidos como EIA/Rima.

Segundo ela, os técnicos fizeram um apurado estudo sobre o resultado da obra na enseada, inclusive usando complexos modelos matemáticos. “E o sucesso da obra está diretamente relacionado à granulometria da areia, que será muito próxima ao grão nativo”, diz a bióloga.

Heloísa também informa que a primeira etapa dos estudos técnicos sobre o aparecimento das algas e dos briozoários já foi concluída pelos técnicos da Univali. Haverá, agora, uma segunda etapa da investigação.

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