De olho na conjuntura nacional, onde caminha para uma especulada fusão com o União Brasil, já resultado de uma construção entre DEM e PSL, o que seria uma repaginação do PFL, o PSD catarinense decidiu, nesta quarta (5), manter a âncora com Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno e ficar neutro na disputa entre Jorginho Mello (PL) e Décio Lima (PT), o que, na prática, não impede a natural migração de votos dos filiados.
A justificativa do partido, dirigido pelo deputado Milton Hobus, é a de que a coerência empurra para liberação dos filiados, já que subir no palanque de Jorginho, na versão pessedista, significaria partir para o oportunismo, já que é “uma eleição praticamente ganha em Santa Catarina”.
O fracasso no projeto em torno de Gean Loureiro (União) ao governo, presente à reunião dos aliados nesta manhã, serve como reflexão ao PSD, pois ajudou a diminuir a bancada na Assembleia, embora com a reeleição de Julio Garcia e as eleições de Mário Motta e Napoleão Bernardes, mas manteve duas cadeiras na Câmara, com a reeleição de Ricardo Guidi e a ida de Ismael dos Santos a Brasília, um êxito pessoal do parlamentar ligado à Igreja Assembleia de Deus, mas que soma ao partido.
Duas grandes apostas do PSD, a deputada estadual Marlene Fengler, que pretendia uma cadeira de deputada federal, e o deputado federal Darci de Matos, que não se reelegeu, dividiram espaço na participação do encontro com o prefeito Orvino D’Ávila, de São José, e Eron Giordani, que foi vice na chapa de Gean.
Futuro nacional e estadual força a coerência do PSD
A conjuntura entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impõe cautela nos movimentos do pessedistas em todo o país, mesmo que, em Santa Catarina, a liderança do prefeito João Rodrigues, de Chapecó, não deixe margem à manobra.
Quando o resultado do segundo turno sair é óbvio que, no Estado, o PSD estará na alça de mira do eleito para compor na Assembleia, como já fez em passado recente.
Se Lula for o escolhido, o PSD nacional, com ou sem a fusão com o União, entra no sorteio do bife para ser base junto ao centrão e deve garantir, entre outras, a reeleição do senador Rodrigo Pacheco (MG) para presidir o Congresso. O certo é que o PSD estará com o novo presidente da República, seja ele quem for.
Por Roberto Azevedo – SCC 10