Quem era Narciso e como surgiu o termo “narcisista”

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Sim, isso aqui é uma coluna política, mas vamos falar um pouco sobre mitologia grega e psicologia humana, discorrendo sobre a descoberta de transtorno psicológico muito comum no meio.

Qualquer semelhança com pessoas que você conhece pode não ser, ou não, uma mera coincidência.

Quem era Narciso?

Narciso é um personagem da mitologia grega, filho do deus do rio Cefiso e da ninfa Liríope. Ele representa um forte símbolo da vaidade. Sendo um dos personagens mitológicos mais citados nas áreas da psicologia, filosofia, letras de música, artes plásticas e literatura.

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Segunda a mitologia, Narciso nasceu na região grega da Boécia. Ele era muito belo e quando nasceu um dos oráculos, chamado Tirésias, disse que Narciso seria muito atraente e que teria uma vida bem longa. Entretanto, ele não deveria admirar sua beleza, ou melhor, ver seu rosto, uma vez que isso amaldiçoaria sua vida. Já adulto, Narciso chamava a atenção de todos ao seu redor, graças à beleza acima da média. Entretanto, também era extremamente arrogante. Assim, passou a vida sozinho, pois não julgava que nenhuma mulher era digna de seu amor e de sua companhia.

Como resultado da maldição, Narciso eventualmente conseguiu se apaixonar, mas pela própria imagem. Enquanto seguia um caçador, em uma de suas aventuras, Narciso foi até uma fonte d’água. Ali, ele decidiu beber água e acabou se deparando com o próprio reflexo no lago.

Assim, ficou completamente hipnotizado pela sua imagem. No entanto, como não sabia que se tratava de um reflexo, tentou possuir o desejo da sua paixão. Segundo alguns autores, o rapaz tentou agarrar seu reflexo, caiu na água e morreu afogado. Por outro lado, a versão de Partênio de Niceia diz que ele teria cometido suicídio por não conseguir se aproximar da imagem do amado.

O NARCISISMO

Graças ao mito, Sigmund Freud definiu o transtorno de obsessão pela própria imagem como narcisismo. A inspiração na mitologia grega também foi utilizada pelo psicanalista ao nomear o Complexo de Édipo.

Grandiosidade

A pessoa com transtorno de personalidade narcisista superestima suas próprias habilidades e exagera suas realizações (uma característica denominada grandiosidade). Ela acredita que é superior aos outros, original ou especial. Quando a pessoa superestima o próprio valor e realizações, ela costuma subestimar o valor e as realizações alheias.

Fantasias de ser especial

A pessoa com esse transtorno se preocupa com fantasias de grandes realizações, de ser admirada por sua inteligência ou beleza avassaladora, de ter prestígio e influência ou de vivenciar um grande amor. Ela sente que deve se relacionar apenas com outros tão especiais e talentosos quanto ela mesma, não com pessoas comuns. Ela utiliza esse relacionamento com pessoas extraordinárias para sustentar e melhorar sua autoestima.

Necessidade de ser admirada

Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade narcisista precisa ser excessivamente admirada, sua autoestima depende de que os outros tenham uma opinião favorável sobre ela. Assim, sua autoestima é geralmente muito frágil. A pessoa com esse transtorno frequentemente observa para ver o que os outros pensam dela e avalia se está indo bem ou não.

A pessoa com transtorno de personalidade narcisista é sensível e se chateia com as críticas alheias e com o fracasso, o que faz com que ela se sinta humilhada e derrotada. Ela pode reagir com raiva ou desprezo, ou pode contra-atacar violentamente. Ou ela pode se afastar ou aceitar externamente a situação na tentativa de proteger sua sensação de autoimportância. Ela pode evitar situações em que pode falhar.

Segundo os estudos de Freud, a vaidade exagerada pode ser considerada uma patologia dividida em duas etapas distintas. A primeira delas é caracterizada pelo desejo sexual pelo próprio corpo, ou fase auto-erótica. Já, a segunda, envolve a valorização do próprio ego, o narcisismo secundário.

Para um narcisista, por exemplo, a necessidade de admiração pelo próximo é constante. Sendo assim, é comum que as pessoas com a condição sejam egocêntricas e solitárias.


Quem era Narciso e como surgiu o termo “narcisista”
Poucas e Boas – Por Gian Del Sent

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