Em seis das sete cidades que fazem parte da faixa litorânea do Vale do Itajaí, a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) encontrou pontos que foram considerados impróprios para banho, segundo o relatório publicado dia 18.
A maioria das prefeituras trabalha para resolver problemas, que consideram pontuais, e pretende promover campanhas de conscientização sobre a importância de manter as praias limpas.
O destaque negativo fica por conta de Penha, que sofreu com uma série de entraves relacionados à balneabilidade na última temporada, e segue com seis dos 11 pontos testados pela Fatma impróprios. Confira como estão as praias e o que cada cidade está fazendo para receber os veranistas:
BALNEÁRIO CAMBORIÚ
– Pontos analisados pela Fatma: 14
– Próprios: 9
– Impróprios: 5 (Laranjeiras – meio da praia; Taquaras – na lagoa; Pontal Norte, Rua 4.000 e Rua 4.900)
A secretária do Meio Ambiente Nena Amorim explica que o resultado das últimas medições da balneabilidade foi afetado pela ressaca que atingiu a cidade no final de outubro. Segundo ela, a retirada da areia que se acumulou na Avenida Atlântica e a limpeza das galerias pluviais devem melhorar os próximos resultados.
Além disso, a prefeitura colocará em pratica o projeto Praia Limpa, onde os frequentadores recebem orientações para manter a limpeza na orla:
— Colocamos 40 estagiários na temporada para orientar nossos turistas e moradores para não deixarem lixo na praia, não levarem cachorro para a areia, distribuímos cinzeiros para as bitucas de cigarro, sacolas para que recolham o lixo, tudo isso para manter a limpeza da praia durante o verão.
Sobre as medições do Pontal Norte, próximo do canal do Marambaia, e da praia de Taquaras, na lagoa, o diretor-geral André Ritzmann explica que no primeiro ponto o canal recebe parte da drenagem da cidade e o órgão trabalha para identificar residências que ainda não foram ligadas na rede de esgoto, assim como ligações irregulares ou problemas com outras estruturas, como caixas de gorduras residenciais. Sobre a situação em Taquaras, ele explica que a lagoa é fechada, e quando chove acaba extravasando e indo em direção ao mar. No local existe uma mini-estação de tratamento de esgoto que, segundo Ritzmann, estava mal calibrada:
— Já fizemos um trabalho para regular e no futuro deve melhorar. Também tem a questão da ligação das casas na rede de esgoto, que já existe lá na região, mas acredito que muita gente ainda não fez.
BOMBINHAS
– Pontos analisados pela Fatma: 8
– Próprios: 7
– Impróprios: 1 (praia do Canto Grande – próximo ao Trapiche)
A Prefeitura de Bombinhas informou que realiza a Operação Língua Negra através da Vigilância Sanitária e da Fundação do Meio Ambiente (Famab), que fiscaliza, identifica, notifica, embarga e lacra ligações clandestinas de esgoto em redes de água pluvial, rios e no mar. Segundo as informações repassadas pelo Departamento de Comunicação da prefeitura, uma nova concessionária de água e esgoto, a Águas de Bombinhas, opera desde setembro e vai investir R$ 135 milhões em saneamento básico para garantir a cobertura de 97% da cidade com coleta e tratamento de esgoto em cinco anos.
Entre as informações a prefeitura destaca que, em conjunto com a nova concessionária, está fazendo melhorias e regularizando a Estação de Tratamento de Esgoto que já existe e era gerida pela Casan, que antes de ter o contrato encerrado recebeu, entre 2013 e 2016, seis notificações, três autos de infração e dois processos judiciais cobrando providências sobre os problemas de coleta e disposição do esgoto sanitário. A Águas de Bombinhas vai divulgar no dia 1º de dezembro as ações emergenciais para sanar os problemas de vazamento de esgoto nos pontos de praia de Canto Grande e Bombinhas, locais que tiveram resultado impróprio na análise da Fatma.
ITAJAÍ
– Pontos analisados pela Fatma: 5
– Próprios: 5
– Impróprios: 0 (Praia Brava, em frente a saída da lagoa)
O diretor de Recursos Naturais, Resíduos e Projetos Ambientais da Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai), Francisco Carlos do Nascimento, explica que o único problema geralmente é a saída da lagoa na Praia Brava – que foi apontado como próprio para banho na última medição. Segundo ele, ali podem ocorrer problemas devido ao esgoto doméstico de algumas famílias que vivem ao longo do ribeirão e ainda não fizeram a ligação da residência na rede de tratamento de esgoto.
— Em função do acordo judicial que temos estamos trabalhando em um parque linear, que terá uma passarela para ciclistas e pedestres, uma unidade de apoio onde vai funcionar o centro informatizado de turismo, banheiro público, espaço para os guarda-vidas e uma sala para educação ambiental que vai ser a sede do parque. sede do parque. Além disso, tem o processo de despoluição e como toda a Praia Brava já recebeu a rede coletora está sendo feito um trabalho na bacia do ribeirão para que as pessoas façam as ligações na rede — esclarece. Segundo ele, em cerca de três meses de trabalho, aproximadamente 60 famílias, das 90 que habitam a região, já teriam feita a ligação da casa com a rede de esgoto.
A Famai também deve iniciar até dezembro o monitoramento municipal da balneabilidade. Segundo Nascimento, o laboratório que fará as análises já foi escolhido e está em processo de contratação para iniciar o trabalho.
ITAPEMA
– Pontos analisados pela Fatma: 8
– Próprios: 6
– Impróprios: 2 (Rua 205 e Rua 129 – sul do rio Bela Cruz)
De acordo com o presidente da Fundação Ambiental Área Costeira de Itapema (Faaci), Marlon Neri de Souza, o órgão promove, em parceria com a Vigilância Sanitária, vistorias regulares nos rios e onde é constatada alguma irregularidade o responsável recebe um prazo para se adequar às normas. Se o prazo não é cumprido, a pessoa pode receber uma multa e ter o caso encaminhado ao Ministério Público.
Souza informa também que para conscientizar moradores e turistas sobre a importância da limpeza na praia, placas com orientações serão instaladas pela Secretaria de Turismo.
NAVEGANTES
– Pontos analisados pela Fatma: 4
– Próprios: 3
– Impróprios: 1 (Foz do rio Gravatá)
A reportagem tentou contato com o superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Navegantes (Fuman), Paulo Celso Mafra, durante dois dias, através de ligações para o celular informado pela Secretaria de Comunicação Social e mensagens de texto, mas não recebeu nenhum retorno até o fechamento da reportagem.
PENHA
– Pontos analisados pela Fatma: 11
– Próprios: 5
– Impróprios: 6 (Praia Alegre – em frente à travessia particular Marcelo dos Santos; Praia da Armação do Itapocorói – na Praia do Quilombo; Praia da Armação do Itapocorói – na Praia Da Fortaleza; Praia da Armação do Itapocorói – em frente à Rua Maria Emília Costa; Praia da Armação do Itapocorói – em frente à Rua Antonio Aniceto Da Costa; Praia de São Miguel – em frente à Rua Arno Becker)
A reportagem tentou contato com a prefeitura de Penha para saber quais são as ações planejadas para recuperação dos pontos considerados impróprios, todos com histórico de resultados negativos desde o início de 2016, mas não recebeu nenhum retorno após uma série de informações desencontradas sobre quem seria o responsável pelas explicações.
PORTO BELO
– Pontos analisados pela Fatma: 6
– Próprios: 3
– Impróprios: 3 (Praia de Perequê – foz do rio Perequezinho; Praia de Perequê – Rua Alm. Fonseca Neves; Praia de Porto Belo – Rua Cap. Gualberto Leal Nunes)
(Por Aline Camargo – Jornal de Santa Catarina)
Foto: Lucas Correia / Agencia RBS