Surdo passa em curso de Ciências da Computação e fica sem intérprete na UFSC

Publicidade

Guilherme Rodrigues Andariola, de 20 anos, é surdo e cursa Ciências da Computação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As aulas começaram no mês passado, mas até agora a universidade não providenciou um intérprete para o rapaz.

A UFSC diz ter uma equipe com 13 tradutores e intérpretes, mas que precisaria dobrar esse número para atender a todos os professores e demais profissionais e alunos. A universidade afirmou em nota estar providenciando um funcionário para atender Guilherme em uma das cinco disciplinas que cursa.

Nascido e criado no interior do Rio Grande do Sul, Guilherme veio pra Florianópolis para cursar a universidade neste ano. No momento da matrícula, ele avisou que é surdo e que precisaria de um intérprete em sala.

Publicidade

“Eu não imaginava que ia ter esse problema. Só que quando cheguei me deparei com essa situação e isso quebrou o meu sonho eu tive que refazer meus passos”, disse o a acadêmico.

A família do Guilherme entrou com uma ação civil pública no Mistério Público Federal (MPF) pedindo mais agilidade. A coordenadoria do curso e a reitoria da universidade também já foram procuradas, mas não houve respostas. Pelo contrário, chegaram a sugerir que o ele trocasse de curso.

“A coordenação do curso já solicitou para que eu fizesse uma outra faculdade. Meu vestibular foi exatamente para essa área. Eu queria ciências da computação. E essa falta de acessibilidade que a UFSC tá me causando tem me trazido muitos problemas”, disse.

Desde 2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência diz que a educação no Brasil deve ser inclusiva. Na lei, consta que todas as salas de aula com alunos surdos devem ter tradutores e intérpretes de Libras, para garantir o aprendizado de todo mundo.

As primeiras provas do semestre vão acontecer nos próximos dias e ele não sabe direito o que vai fazer, mas desistir não é uma opção. “Eu sou o primeiro aluno surdo deste curso e pretendo lutar pra conseguir, lutar pra que eu consiga um interprete de libras”, completou o aluno.

 

G1 SC

Publicidade