Valor real de bens declarados por Auri Pavoni podem ter sido ocultados

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Um fato que chamou a atenção da população de Balneário Camboriú e foi assuntos em discussões, grupos de Whats e na imprensa, foram os bens declarados pelo candidato a prefeitura da cidade, Auri Pavoni.

De acordo com seu registro de candidatura, Auri teria apenas 1/3 de dois “terrenos” na cidade de Gaúcha do Norte, interior do Estado do Mato Grosso, e o valor aproximado, declarado pelo candidato, foi de R$ 100.000,00. O tamanho total da parte de Auri nas propriedades passam de 360 hectares.

A cidade matogrossense com pouco mais de 7600 habitantes é cercada e tem grande parte do seu território constituído por lavouras. A cidade vive basicamente de agricultura, tendo carro chefe a soja e o milho.

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Bens declarados

Causou estranheza o pequeno valor declarado, justamente pelo fato de Auri ser dono de uma construtora conceituada na cidade, que negocia unidades na casa dos milhões de reais e está em nome de seus 3 filhos. O capital social da empresa, de acordo com o site da Receita Federal, é de 1 milhão de reais.

Na declaração de Auri a Justiça Eleitoral, a descrição do bem traz o número das matrículas dos terrenos e a descrição dos mesmos. O Portal Visse teve acesso aos documentos de matrícula dos terrenos e traz algumas informações interessantes.

Terreno 01

O terreno de 490 hectares que está registrado sob a Matrícula 43.682, na verdade está praticamente localizado no Município de Paranatinga – MT, cidade vizinha de Gaúcha do Norte e que também vive de agricultura. A propriedade tem uma área total de 4,9 milhões de metros quadrados e é uma área de lavoura.

De acordo com informações fornecidas pelo Governo do Estado do Mato Grosso, aquele tipo de terra naquela região vale em média R$19 mil por hectare, fazendo o imóvel valer em torno de R$ 9,3 milhões de reais.

Outro fato que chamou muito atenção é que o terreno não está em nome de Auri Pavoni, nem mesmo de algum parente ou de sua empresa. O terreno de lavoura localizado na cidade de Gaúcha do Norte está em nome de duas pessoas, 2/3 em nome de Mauro Lunardi e 1/3 (declarado por Auri) em nome de Ademir Luiz Marasca. Mauro é morador da Cidade de Coronel Freitas – SC e Ademir morador de Itapiranga, também em SC.

Levantamentos feitos pelo Portal Visse, mostram que lavouras na mesma região e com área aproximada ao terreno de Auri, chega a valer mais de 20 milhões.

Terreno 02

O terreno de 484 hectares que está registrado sob a Matrícula 43.680, também está localizado no Município de Paranatinga – MT, cidade vizinha de Gaúcha do Norte, tem uma área total de 4,84 milhões de metros quadrados e também é uma área de lavoura de soja.

Conforme mostrado no quadro acima, o “terreno” que é uma lavoura também pode ter um preço na casa de muitos milhões de reais. Bem diferente no declarado pelo candidato em seus registro.

Mais uma vez, o terreno não está em nome de Auri Pavoni, nem mesmo de algum parente ou de sua empresa.

A parte correspondente a Auri, mais uma vez aparece em nome de Ademir Luiz Marasca. Já a outra parte está em nome de Eloi Antonio Pedott Lunardi, parente de Mauro do terreno anterior, morador da cidade de Coronel Freitas – SC.

Nem Eloi, nem Ademir e nem Mauro, tem empresas ativas em seus nomes.

Diferença de Valores

A Justiça Eleitoral não é clara sobre como os bens devem ser declarados. Ela exige apenas que sejam declarados os mesmos bens que constam no imposto de renda.

Mas o que deixa uma grande dúvida é o porque o candidato declarou um valor tão baixo para propriedades que valem milhões? E pior, propriedades que nem em seu nome estão.

Se existe um contrato de compra e venda, porque não foi feito a transferência ainda?

Existem muitas perguntas que rondam o pequeno valor dos bens declarados por Auri Pavoni, considerando o grande patrimônio que estes valores se referem. Cabe a Receita Federal desvendar se é um caso de ocultação ou sonegação, pois amadorismo com certeza não é.

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