Vendedora de acarajé há 16 anos tem barraca fechada em Blumenau

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A vendedora Doralice Borges da Silva, 67 anos, conhecida por vender acarajés e tapiocas vestida de baiana, na Praça Dr. Blumenau, no Centro da cidade, teve a barraca interditada por uma fiscalização da equipe da Vigilância Sanitária durante o desfile de abertura da Oktoberfest, nesta quarta-feira (10).

Segundo ela, agentes do setor de fiscalização da Vigilância Sanitária fizeram a abordagem durante o desfile de abertura da festa. Ela conta que os agentes a questionaram sobre a licença para vender os alimentos no local, e que por uma questão de legislação, só era permitida a venda de pipocas, algodão doce e churros.

– Eles foram até bastante gentis, não foram mal-educados, nem nada. Aí, fui até à prefeitura, mas não consegui apoio. Quando cheguei, disse a eles que tinham vencido e até pedi para que me deixassem vender até o fim do desfile, mas não deixaram. Disseram que se eu continuasse, iriam apreender o meu material – conta Dona Dora, como ela é conhecida.

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A vendedora ainda questiona o motivo de ser abordada somente agora, já que atua no mesmo local, vendendo o mesmo produto há 16 anos. Também afirma que não ficou sabendo do sorteio feito pela prefeitura para regulamentar a atividade durante a organização da festa.

– Os fiscais ainda me disseram que se caso eu quisesse vender na festa, eu tinha que ter me inscrito em um sorteio para trabalhar, mas nem fiquei sabendo disso. Acho que as coisas foram pouco divulgadas na cidade. Agora, se eu tiver que vender pipoca, algodão doce e essas coisas, acho que vou procurar outra cidade, porque isso não é a minha cara. O meu produto, a minha tradição é o acarajé e a tapioca. Eles deviam ajudar as pessoas que querem trabalhar – desabafa a vendedora.

Contraponto

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Blumenau informou que a fiscalização abordou vários vendedores ambulantes durante o desfile e que outras operações ainda devem ser feitas ao longo da festa.

Em nota, a assessoria de comunicação da administração municipal afirmou que a Vigilância Sanitária participou da ação junto com Secretaria de Planejamento “para verificar os critérios da lei no que tange à segurança sanitária, alimentar com o objetivo de preservar a saúde das pessoas no controle com os alimentos comercializados”. Além disso, informou que estuda a possibilidade de modificações ou adaptações na legislação municipal.

Já em relação ao caso envolvendo a vendedora de acarajés interditada pela fiscalização, a prefeitura afirmou que ela não possui nenhum tipo de licença e que não há registro de pedidos da documentação por parte dela.

Por Jornal Santa
Foto: Patrick Rodrigues

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