Venezuela anuncia nova reconversão que eliminará seis zeros da moeda

O Governo venezuelano anunciou nesta quinta-feira uma nova conversão de sua moeda, a terceira do século até agora, com a qual retirará mais seis zeros do chamado bolívar soberano.| Foto: Ronald Peña/Agência EFE
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O governo da Venezuela anunciou nesta quinta-feira uma nova reconversão monetária, a terceira neste século, que entrará em vigor no dia 1º de outubro e eliminará seis zeros do bolívar soberano para dar à luz o bolívar digital.

“A partir de 1º de outubro de 2021, entrará em vigor o bolívar digital, com a aplicação de uma escala monetária que suprime seis zeros da moeda nacional. Ou seja, todos os montantes monetários e tudo expressado em moeda nacional será dividido por um milhão”, explica um comunicado do Banco Central da Venezuela (BCV) divulgado pelo ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez.

Em 2007, a Venezuela viveu um primeiro processo de reconversão ao eliminar três zeros da moeda que se transformou em bolívar forte. Em 2018, houve outro processo que resultou no nascimento do atual bolívar soberano, eliminando outros oito zeros.

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O comunicado acrescenta que “esta mudança de escala monetária” se baseia “no aprofundamento e no desenvolvimento da economia digital” na Venezuela e o considera “um marco histórico necessário em um momento em que o país inicia o caminho da recuperação econômica”.

Apesar disso, haverá uma moeda de um bolívar e células de 5, 10, 20, 50 e 100 bolívares, todas com o rosto do libertador de um lado e uma referência à Batalha de Carabobo, fundamental no processo de independência, do outro.

“A introdução do bolívar digital não afeta o valor da moeda. Ou seja, o bolívar não valerá mais, nem menos, apenas está sendo feita uma escala monetária mais simples para facilitar seu uso”, detalhou o comunicado.

“O bolívar físico e o bolívar digital coexistirão em um processo destinado a resgatar a sua força e a sua referência como expressão da nossa economia”, acrescenta a informação.

Devido à desvalorização do atual bolívar soberano, as cédulas praticamente desapareceram, uma vez que a de maior valor, de um milhão de bolívares, valia cerca de US$ 0,25.

A Venezuela vive um processo de dolarização nas transações, por isso a moeda americana é predominante no pagamento em espécie. Na maioria das vezes, o pagamento em bolívares é feito com cartão ou transferências através de um aplicativo para smartphone.

No entanto, um dos maiores problemas dos pagamentos digitais é a baixa qualidade do serviço de internet no país, o que muitas vezes impossibilita o pagamento por essas plataformas.

Gazeta do Povo

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