Vídeo de presidente do PDT vira material de defesa de Bolsonaro no TSE

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Um vídeo protagonizado por Carlos Lupi, líder nacional do PDT, no qual o atual ministro da Previdência Social do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende a implementação do voto impresso e questiona a confiabilidade das urnas eletrônicas, tornou-se a nova estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se defender das acusações que podem resultar em sua inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O vídeo de Lupi foi registrado em 27 de maio de 2021.

Curiosamente, foi o próprio PDT, partido fundado por Leonel Brizola, que entrou com a ação no TSE, buscando a cassação da chapa de Bolsonaro e do general Walter Souza Braga Netto (PL), por suposto abuso do poder político ao utilizar os meios de comunicação para criticar o sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores, em julho do ano passado.

No seu voto, o relator da ação, ministro Benedito Gonçalves, considerou Bolsonaro inelegível por oito anos, a partir das eleições de 2022, mas absolveu Braga Netto. O ministro também argumentou que o ex-presidente, que estava concorrendo à reeleição, desrespeitou a Justiça Eleitoral, o sistema eletrônico do país e a democracia brasileira, sugerindo a possibilidade de uma ação penal e o pagamento de multa. Restam os votos de outros seis ministros, cuja decisão será retomada nesta quinta-feira (29).

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Bolsonaro astutamente utilizou esse fato para expor o PDT e seu líder, uma estratégia defensiva bem-sucedida, embora desnecessária se os brasileiros se recordassem dos inúmeros e articulados discursos do falecido ex-governador Leonel de Moura Brizola, que governou tanto o Rio Grande do Sul quanto o Rio de Janeiro. Brizola faleceu em 2004, sem reconhecer o valor das urnas eletrônicas e do sistema da Justiça Eleitoral, mesmo durante a eleição do presidente Lula dois anos antes, quando o PDT fez parte do governo.

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