Bebê é morta um dia antes de pai conseguir guarda na Justiça

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O dia que era para ser de alegria para Lucas Vinicius dos Santos se transformou em dor e indignação. Após uma longa batalha judicial pela guarda da filha, uma bebê de 1 ano e 11 meses, o pai a buscaria para morar com ele. Mas horas antes, no final da tarde dessa sexta-feira (20), a menina foi encontrada morta, em Joinville.

O padrasto da criança foi preso acusado de ter assassinado a criança por asfixia. 

A menina chegou a ser socorrida por familiares e vizinhos, atendida pelo Samu e por profissionais da Unidade Básica de Saúde do bairro Ulysses Guimarães, na zona Sul da cidade.

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A bebê, no entanto, já chegou com parada cardiorrespiratória e morreu na unidade. A suspeita é de afogamento. Ela completaria 2 anos na próxima semana, no dia 27 de dezembro.

Pai alega negligência

Lucas esteve na manhã deste sábado no IML (Instituto Médico Legal) com toda a documentação que reuniu durante o processo de requisição da guarda da filha.

Nos documentos, a alegação era de negligência contra a mãe, com diversas fotos e vídeos em anexo mostrando falta de higiene e de cuidados com a saúde da bebê. Além disso, o descumprimento das visitas estipuladas pela Justiça.

“Estou na frente do IML, vai fazer um ano e meio que estou atrás da guarda da minha filha mostrando negligência. Faz três meses que o Ministério Público deu parecer a meu favor e nada, a Justiça deixou para a última hora”, desabafa o pai.

“Hoje, oito horas da manhã, era para eu pegar a guarda da minha filha, para eu estar com a minha filha. Mas hoje, oito da manhã, eu estou aqui no IML para pegar o corpo da minha filha. Nós comprovamos a negligência e ontem ela morreu por descuido. Ela morreu por negligência. Estou há 25 horas acordado esperando o corpo da minha filha e não sei o que eu faço”, continua Lucas.

Último encontro

Lucas soube da morte da filha apenas às 21h, quando voltou do trabalho. “Falaram que ela tinha se afogado. A gente não sabe o que faz, acha que só acontece com os outros”, diz.

A última visita à filha aconteceu no domingo (15), quando eles foram pescar. “Foi a última visita, fomos pescar, brincar. E agora não tem mais visita, não vou mais ver ela, parece um sonho, a gente acha que é mentira, mas acontece”, lamenta.

Investigação

A Polícia Civil foi acionada pelo posto de saúde para onde a menina foi levada desacordada. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionado pela unidade, tentaram reanimar a criança, mas ela já estava morta.

A mãe teria deixado a menina com o padrasto para ir trabalhar. Inicialmente, de acordo com o delegado, havia a informação de que a criança teria sido encontrada na piscina, versão que gerou desconfiança dos policiais que estiveram no local. Entretanto, segundo Alves, a investigação apontou que o próprio padrasto teria simulado o afogamento.

“Ele a colocou na piscina, onde ela se molhou, e já saiu retirando e gritando que precisava de ajuda, que ela tinha morrido. Mas o que foi determinante [para descartar a hipótese de afogamento] foi o exame realizado pelo médico legista, que não constatou nenhum pingo de água nas vias aéreas”, afirmou Alves.

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