Caminhoneiros que participam dos protestos em Santa Catarina criticaram o anúncio do presidente da República, Michel Temer (MDB), de uso das forças federais para desbloquear rodovias fechadas pela greve da categoria. Os motoristas afirmam que vão continuar as manifestações no estado, como mostrou o NSC Notícias desta sexta-feira (25).
Os protestos dos caminhoneiros contra o aumento do diesel continuam nas rodovias catarinenses, chegando ao quinto dia nesta sexta. O presidente pediu que os governadores também adotem a política de uso das forças federais. Entretanto, o governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (MDB), descartou essa possibilidade.
Críticas
Depois do anúncio, a distância entre governo e os caminhoneiros que estão parados aumentou, segundo os caminhoneiros ouvidos pela equipe do NSC Notícias.
“Eu achei absurdo. Se ele vier aqui para tirar a gente, nós vamos sair daqui numa boa, ninguém vai oferecer resistência. Nós saímos daqui, vamos mais para a frente. Se na frente eles vieram tirar a gente de novo, a gente volta para trás e assim vai. Até ter uma solução”, afirmou o motorista Rogério Schmitt, que protestava no litoral.
“Não pode vir aí bater no povo. Eles têm que respeitar a decisão do povo. Todo mundo está sofrendo com essa corrupção. Então eles não podem falar nada para a gente”, disse o transportador Gilberto Rama, em manifestação no Oeste.
Caminhoneiros na Serra concordam. “Enquanto não for solucionada essa roubalheira aí, vamos manter porque não tem jeito de nós trabalharmos assim”, disse o motorista Cleocir Guerrardi.
Apoio
Os manifestantes ganharam apoio de outras categorias. Na capital, motociclistas seguraram o trânsito na Ponte Colombo Salles, que liga a ilha ao continente, por alguns minutos no final da tarde. Em Blumenau, no Vale do Itajaí, motoboys também se juntaram ao protesto.
Em um ponto de protesto em Gaspar, também no Vale, os carros pequenos passavam normalmente. Os caminhões com carga viva e medicamentos foram liberados. Os manifestantes pedem o apoio da população e os motoristas respondem buzinando.
Em Indaial, na mesma região, a comida que chega na cozinha improvisada tem sido trazida pela população. As doações chegam a todo momento.
O empresário José Czaplinsky, de Blumenau, cidade vizinha a Indaial, trouxe mantimentos para os manifestantes, que estão desde segunda (21) no mesmo ponto.
“Trouxe café, trouxe lanche para eles ontem [quinta, 24] e hoje [sexta]. Pegamos doações de mercados, padarias. Trouxemos aqui para ajudá-los”, disse o empresário.
Fonte: G1