Empresa culpa Estado por atraso nos respiradores

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Após envolvimento com a negociação de 200 respiradores ao Estado de Santa Catarina, no valor de R$ 33 milhões, a empresa Veigamed Material Médico detalhou o processo de negociação e logística das máquinas. A operação resultou na abertura de uma CPI para investigar a compra e também na exoneração do então secretário de Estado da Saúde, Helton de Souza Zeferino. 

Conforme a empresa, a Secretaria de Saúde de Santa Catarina encaminhou a proposta em 27 de março, para a compra de 20 ventiladores pulmonares do tipo não-invasivo.

Além disso, a proposta tinha validade de 48 horas junto a fabricante chinesa (CIMA). No entanto, a resposta para confirmar a compra ocorreu apenas após o prazo, o que impossibilitou a empresa de concretizar a compra do produto que estava reservado.

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Devido a isso, a empresa chinesa não aceitou a proposta da compra dos ventiladores após o prazo, no dia 2 de abril. Dessa forma, a Veigamed começou a negociar com outra empresa, que apresentou informações sobre o produto para a Secretaria de Saúde.

Engano do tipo de ventilador

Segundo a nota, a Secretaria de Saúde de Estado recusou-se, no dia 10 de abril, em aceitar as máquinas do tipo não-invasivas, no qual a empresa afirma que estava estabelecido no contrato.

Além disso, o órgão pediu que considerasse um “engano” por parte da Secretaria. Em seguida, a Veigamed buscou respiradores invasivos que estavam destinados para o mercado privado e repassou para o Estado.

Conforme o esclarecimento da Veigamed, houve o pagamento antecipado por respiradores invasivos Shangrila S510, no dia 17 de abril, pelo lote de 100 respiradores. Três dias depois, pagou-se pelo restante, também de forma antecipada.

Quatro lotes com 50 respiradores

A empresa ainda explica que apresentou o cronograma de embarque para a Secretaria de Saúde. Ainda foi detalhado que, no dia 24 de abril, onde seriam embarcados na China o primeiro lote com 50 máquinas, previstos para a última quarta-feira (29). O segundo lote seria embarcado nesta segunda-feira (4), mais 50 no sábado e a última remessa prevista para embarcar no dia 20 de maio.

Ainda segundo a nota, a primeira carga de ventiladores chegou no aeroporto de Gangzhou, na China, na última segunda-feira (27). No entanto, até a última quinta-feira (30), a carga não havia sido expedida.

Além disso, a Veigamed esclareceu que o atraso dos equipamentos é algo ora do controle da empresa por causa da busca por equipamentos chineses.

Entenda o caso:

O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) informou que iria investigar a aquisição dos 200 respiradores logo após a publicação de uma reportagem do portal The Intercept Brasil, sobre a a compra dos equipamentos pelo valor de R$ 33 milhões.

Segunda as informações, a empresa não possui históricos de vendas desse tipo de aparelho. Além disso, o assunto começou a ser questionado após o atraso na entrega que deveria acontecer em abri deste ano. Além disso, na proposta, o aparelho custou R$ 165 mil, enquanto a União e outros Estados compraram a máquina pelo valor de R$ 60 mil a R$ 100 mil.

Confira na íntegra:

A respeito de questionamentos sobre a compra de 200 ventiladores pulmonares (sob encomenda da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina), a Veigamed esclarece que:

• A proposta comercial encaminhada em 27 de março à Secretaria de Saúde de Santa Cataria (SES/SC) previa a compra de 200 ventiladores pulmonares do tipo não-invasivo, conforme o pedido feito pela SES/SC, pelo valor total de R﹩ 33 milhões. Era do conhecimento do órgão que a proposta tinha validade de 48 horas, dada a urgência de garantia da compra junto ao fabricante chinês (CIMA), em função da alta procura mundial por ventiladores pulmonares após a pandemia de Covid-19. Entretanto, o aceite da proposta pelo governo ocorreu dois dias após o fim do prazo de validade da proposta, o que impossibilitou à Veigamed concretizar junto ao fabricante a compra do produto inicialmente reservado.

• No dia seguinte à negativa da CIMA (2/4), a Veigamed rapidamente buscou outros fornecedores de ventiladores para honrar seu contrato com a SES/SC. Iniciou-se uma nova negociação com o Grupo Haier, que dispunha de equipamento equivalente ao modelo C-35 da CIMA, que seria importado pela Veigamed. No dia seguinte, 3/4, a SES/SC aceitou receber os ventiladores do Grupo Haier, equivalentes ao C-35 da CIMA. No dia 8/4, a Veigamed formalizou a aceitação de compra da SES/SC, bem como repassou todas as informações do produto enviadas pelo Grupo Haier e forneceu à SES/SC um panorama sobre as dificuldades de obtenção de ventiladores pulmonares em função da pandemia de Covid-19.

• Em 10/4, a Veigamed é surpreendida pela decisão da SES/SC de recusar máquinas não-invasivas, conforme estava especificado no contrato. O órgão pediu que a Veigamed considerasse que houve um “engano” por parte da Secretaria.

• Para honrar seu fornecimento de ventiladores pulmonares, dada a alta necessidade dos equipamentos para salvar vidas, a Veigamed decide redirecionar os ventiladores invasivos da marca Shangrila S510, que estavam em processo de compra há dois meses e seriam vendidos ao mercado privado, ao estado de Santa Catarina, visando honrar a alteração unilateral do contrato pela Secretaria. Note-se que os equipamentos Shangrila S510, por serem invasivos, são não só superiores em relação à complexidade, por permitirem a entubação de pacientes com Covid-19, são comercializados a preços mais elevados que aqueles de ventiladores não-invasivos, como os especificados no contrato original firmado com o governo do estado de Santa Catarina.

• A Veigamed pagou antecipadamente pela importação dos produtos respiradores pulmonares invasivos Shangrila S510, fabricados pela Africamed: no dia 17/4, o primeiro lote de 100 respiradores, e no dia 20/4, pagou (também antecipadamente) a parcela inicial do segundo lote de 100 respiradores. No dia 24/4, apresentou à SES/SC o cronograma de embarque na China dos ventiladores pulmonares invasivos Shangrila S510: 50 máquinas com embarque previsto para 29/4; 50 máquinas em 4/5; 50 em 9/5; e a última remessa de 50 máquinas com embarque previsto para 20/5.

• A primeira carga de 50 ventiladores pulmonares invasivos Shangrila S510 chegou ao aeroporto de Guangzhou (China), em 27/4, onde aguarda liberação das autoridades alfandegárias chinesas. Até o dia 30/4, tal autorização não havia sido expedida. Os atrasos crescentes na saída de equipamentos da China são fato público, constituindo-se em um motivo fora do controle da empresa.

• Dado o exposto, a Veigamed reitera seu absoluto compromisso em honrar seus contratos, fator que a mantém com ilibada conduta comercial ao longo de sua trajetória de mais de duas décadas.

Sobre a Veigamed:

A Veigamed é uma empresa distribuidora de produtos médicos que atua há 22 anos no mercado, com a comercialização de materiais médicos, cirúrgicos e hospitalares de fabricantes nacionais e internacionais, de reconhecida qualidade técnica, como ConvaTec, PratiDonaduzzi, Assut Europe, entre outras. Em sua carteira de clientes estão órgãos públicos e privados, como prefeituras, convênios de saúde e hospitais privados. A empresa está sediada no município de Nilópolis (RJ) desde 2017, com depósito habilitado pelas autoridades públicas das instâncias municipal, estadual e federal para tal.

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