Justiça determina exame de sanidade para assassino de advogada

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Em audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (4), a 2ª Vara Criminal de Balneário Camboriú determinou a realização de exame de sanidade mental para o advogado Paulo Carvalho de Souza, preso por ter matado a namorada a facadas. Além disso, a Justiça converteu a prisão em flagrante dele, por ocultação de cadáver, em preventiva.

O assassino, de 42 anos, já estava preso preventivamente em Itajaí por feminicídio desde a madrugada desta quinta. A namorada dele, a também advogada Lucimara Stasiak, de 29 anos, foi morta no apartamento onde o casal morava, em Balneário Camboriú.

Na noite de quarta (3), ele foi preso em flagrante por ocultação de cadáver ao se entregar à polícia depois de mais de 24 horas de negociação.

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Exame de sanidade

Na audiência de custódia da tarde desta quinta, o juiz Gilmar Antônio Conte pediu uma vaga com urgência no Hospital de Custódia de Tratamento Psiquiátrico (HCTP) para que seja feito o exame de sanidade mental.

O magistrado também recomendou junto ao presídio a necessidade de consulta psiquiátrica e eventual administração de remédios para tratamento que o advogado já fazia. O juiz manteve a prisão preventiva do advogado por feminicídio. O caso agora tramita em segredo de Justiça.

Prisão em flagrante

A polícia foi chamada por vizinhos, que disseram ter ouvido uma confusão no imóvel, e iniciou o cerco no apartamento para prender o Paulo na noite de terça-feira (2). Ele estava trancado na sacada do sétimo andar do prédio e afirmava ter uma arma.

Durante a negociação, o assassino confessou que matou a namorada a facadas. Ele se entregou à Polícia Militar por volta das 18h30 de quinta.

Investigação

O delegado responsável pelo caso, Ícaro Freitas Malveira, disse não acreditar que o acusado tenha problemas psiquiátricos e que está criando a situação para obter vantagens durante o processo.

“Foi encontrada uma receita de um medicamento relacionado a depressão, mas depressão é um mal que aflige grande parte da população e nem por isso as pessoas saem matando as outras. Ele relatava que conhecia técnicas policiais, invasão via rapel, que não queria ver cordas perto do parapeito do prédio, que não queria que os policias se aproximassem. Ele tem conhecimento, não é uma pessoa leiga”, disse.

Advogada Lucimara Stasiak, de 29 anos, foi morta em Balneário Camboriú, SC — Foto: Reprodução/NSC TV

Advogada Lucimara Stasiak, de 29 anos, foi morta em Balneário Camboriú, SC — Foto: Reprodução/NSC TV

Para o delegado, há a possibilidade de que o advogado estivesse tentando sumir com o corpo. “Estava em estado avançado de decomposição, possivelmente há seis dias. E durante esse tempo ele não noticiou a nenhum autoridade competente. Então tudo indica que ele estava tentando elaborar uma forma de se livrar deste corpo. Vamos ter que apurar”, declarou.

Segundo o delegado, o advogado teria enviado mensagens e uma carta para um amigo no Paraná. Um inquérito será instaurado na Delegacia da Mulher em Balneário Camboriú. Ainda deverão ser colhidos imagens e laudos periciais e serem ouvidas várias testemunhas.

Laudo

O corpo de Lucimara foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML) logo após a prisão do assassino. O exame cadavérico confirmou que a advogada foi morta com 14 facadas e apresentava marcas no braço na tentativa de se defender.

Segundo o delegado, o ar-condicionado foi mantido na potência máxima e no local havia muitos produtos de limpeza sobre o corpo, além de sacos de gelo.

Histórico

Familiares da advogada acompanham o caso e informaram inicialmente aos policiais que o casal não tinha histórico de brigas. A PM informou que os dois moravam há cerca de seis meses no apartamento e que a família da vítima estranhou a falta de contato por parte dela desde quinta (27).

Não havia nenhum boletim de ocorrência contra o advogado em Santa Catarina, segundo a corporação. Conforme a família, Lucimara sonhava em ser juíza. Ela tinha ido de Curitiba (PR) para Florianópolis há cinco anos e trabalhava num escritório de advocacia.

Por G1 SC

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