O limite de Balneário Camboriú – Parte II

Foto: Divulgação/PMBC
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A carta que enviei ao Portal Visse semana passada gerou algum buzz na internet. Como não poderia deixar de ser, os mais exasperados saíram em defesa da cidade. Míopes. Como se Balneário Camboriú precisasse de alguma. Não precisa. Seus méritos e qualidades são altissonantes per si.

Confira: O limite de Balneário Camboriú

Meus amigos, não confundam o rigor da escrita com o espírito do escritor. É um erro primário de quem lê com o estômago e não com a razão.

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Eu moro em Balneário Camboriú. Meus parentes mais idosos amam essa cidade como ninguém. Os prêmios, índices e conquistas são a todo momento estampados por quem vive de propaganda da cidade. E sim, estamos – permita, leitor, me incluir ao seleto grupo de pessoas viventes em BC – em uma das melhores cidades do País.

Feitas essas considerações, volto ao que me preocupa.

Em geral, nós brasileiros não somos bons em planejamento. Ao contrário. Somos campeões mundiais de gambiarras, puxadinhos e enjambres. Tudo ao estilo da Lei de Gerson, da qual se aproveitam ricos e pobres (“leve vantagem você também”). A torre de Babel da barra sul tem a mesma genética do barraco na Vila Fortaleza, a diferença é a conta bancária.

Quando o jeitinho ganha volume, o controle da situação vai embora rapidinho. Isso em Balneário Camboriú é elevado a enésima potência. Somos uma região que apresenta o fenômeno da conurbação, quando cidades limítrofes se expandem ao ponto de encontrar-se, compondo um único núcleo urbano.

Agora serei direto e talvez, mais polêmico. Se nada for feito quanto aos limites do uso e abuso da capacidade estrutural de Balneário Camboriú, logo menos seremos o Rio de Janeiro, nos seus piores aspectos.

É a “riodejaneirização” de Balneário Camboriú. É só isso meu amigo e crítico. Essa simples metáfora compreende tudo de ruim que pode acontecer nessa cidade, e num curto espaço de tempo. Até você, que não entendeu o que escrevi na carta anterior, consegue entender.

Caso tudo fique como está, os piores aspectos urbanos, ambientais, sociais e políticos dos nossos amigos cariocas serão importados para Balneário Camboriú.

A Balneário Camboriú de belas praias altaneiras, como diz no seu hino, vai virar a Rio 40º, purgatório da beleza e do caos. E eu não tenho vocação para futurologia.


Recebido pela Redação 
Carta do Leitor 

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