O limite de Balneário Camboriú

Balneário Camboriú (Foto: NSC)
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Até os animais (não humanos) sabem: tudo tem um limite. Em Balneário Camboriú, a coisa não parece assim, tão óbvia.

Neste verão de 2023, vimos o triste caos em quase tudo. Somadas aos eventos naturais extremos, o limite da infraestrutura em Balneário Camboriú foi largamente excedido. Não há como negar este fato e tampouco pode ser imputado somente a um único bode expiatório.

Confira: O limite de Balneário Camboriú – Parte II

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Dos mega congestionamentos, alagamentos e transbordamentos, às infecções em massa, e problemas cotidianos de uma violência crescente. Nada mais cabe em nossos minguados 46 km2 de área territorial. Tudo é extrapolado. Carros e sacadas despencam na cabeça das pessoas. Assim também a chuva e a virose. Ninguém escapa.

Os recursos materiais e humanos são escassos. Mesmo enterrando lixeira, construindo aero avenidas, dutos e canudos para levar o cocô do turista para longe da praia…

A sensação é uma só: deu!

Balneário Camboriú precisa de um debate sério sobre seu limite urbano. Infelizmente, pequenos “pensadores” da cidade ainda calculam o impacto turístico por tonelada de lixo produzido, um parâmetro tão pobre quanto a inteligência destes dinossauros que ainda habitam a “opinião pública” da cidade.

“Turismo, turismo, turismo”, grita o trade turístico. “Prédios, prédios, prédios”, grita o setor da construção civil.

A conta não fecha.

Situações limites são historicamente conhecidas e colhem os mesmos resultados em todos os lugares do mundo. Veneza, a sereníssima, é conhecida como a cidade dos ratos. Barcelona, e seus milhares de turistas, é a capital mundial do antiturismo de massas. “Turistas Go Home”, picham os catalães em seus muros.

Para não chegar aos extremos, Balneário Camboriú precisa discutir a sério o turismo de massas em seu plano diretor. Infelizmente – entregue às mesmas raposas que chegaram a esta situação – , nada novo se vislumbra em relação ao futuro da cidade.

Ironicamente, e num pequeno espaço de terra na zona sul da cidade, sobe uma nova Babel, o mais alto dos mais altos prédios para ser mais alto que o vizinho mais alto.

Cafonice e dinheiro, uma mistura diabólica que dá palanque em Balneário Camboriú. Os messiânicos empresários não ligam. A fiscalização pouco faz contra poder do dinheiro. Em tempos de messias, poderiam aproveitar a lição bíblica e aprender enquanto há tempo: a Torre de Babel terminou mal. A natureza é implacável.

Mas há tempo para reverter o quadro.

Pouco tempo!


Recebido pela Redação 
Carta do Leitor 

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