PF prende 17 em operação contra tráfico internacional por portos locais

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Ao menos 17 pessoas foram presas. Carros, armas e muito dinheiro foram apreendidos pela polícia Federal e a receita Federal de Itajaí numa operação contra o tráfico internacional de drogas. A quadrilha agiria nos portos de Itajaí, Navegantes e Santos. Na região teve batidas em prédios de alto padrão da Praia Brava, no bairro Fazenda e em Navegantes.

Segundo a PF, o grupo é responsável por tentar enviar 2,2 toneladas de cocaína para a Europa. A droga foi apreendida em dezembro de 2018 e abril deste ano no porto de Navegantes. Outras duas apreensões em Itajaí, com cerca de 2,6 toneladas da droga, podem pertencer, também, à quadrilha.

Em Santa Catarina, a justiça autorizou o cumprimento de 24 ordens de prisão e 33 de busca e apreensão. As batidas rolaram em Itajaí, Balneário Camboriú, Ilhota, Balneário Piçarras, Navegantes e Blumenau, em endereços de pessoas investigadas por participação no esquema de envio de drogas pra fora do país.

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Nos endereços dos investigados foram apreendidos 22 veículos, entre eles uma Land Rover avaliada em R$ 300 mil e cerca de R$ 1 milhão em dinheiro, além de um revólver calibre 38. As ações reuniram 150 policiais federais e tiveram o apoio de servidores da receita Federal e de cães farejadores.

Máquinas foram apreendidas em operação contra o tráfico internacional de drogas — Foto: Luiz Souza/NSC TV

Empresas de logística

Pelo menos duas empresas da região estão sendo investigadas pela PF. Elas eram responsáveis pelos despachos e transporte dos contêineres com drogas.

Em Itajaí, as batidas da PF foram num apartamento da rua Lico Amaral, no Dom Bosco; numa casa da avenida José Siqueira, na Ressacada; em casas das ruas Nilza Alves da Silva e Paulo Cantídio da Silva, bairro Espinheiros; num apartamento da rua Nilo Bitencourt, no bairro São Vicente; numa casa da servidão Dilcéia Faria Peçanha, na rua das Violetas, no Cidade Nova; e numa sala comercial na rua Alfredo Eicke, na Barra do Rio.

Em Blumenau, houve batida no condomínio Ecovilla, na rua Pastor Oswaldo Hesse, bairro Ribeirão Fresco. Em Navegantes, as batidas foram no edifício Adriana, na rua José Geraldo Borba, e numa casa da rua corretor Aldo Pereira da Costa, os dois locais no bairro Meia Praia.

No Gravatá, teve buscas no condomínio Maria Helena, na rua Júlia Cardoso do Nascimento, e na Volta Grande, no edifício Garden 2, na rua Germano Lemos. Em Piçarras, a polícia foi numa casa da rua 2150. Em Ilhota, o atraque rolou no bairro Pedra de Amolar.

Presos

Alexsander Dias, Arthur Francisco Trocado Neto, Paulo Henrique Pimenta, Rodrigo Alves dos Santos, Leonardo José dos Santos, Gilberto Dias Macedo, Fernando José de Lima Matos, Cristiano Inthurn, Douglas Matheus Robaino e Marco Antonio Brandt foram presos ontem na região.

A operação The Wall teve início com a apreensão de 1700 quilos de cocaína no porto de Antuérpia, na Bélgica, em 12 de dezembro de 2018. A droga foi despachada pelo porto de Navegantes.
Em abril deste ano, uma carga de 558 quilos da droga foi barrada no cais de Navegantes, sendo da mesma quadrilha.

Outras apreensões que rolaram este ano em Itajaí são investigadas se estariam ligadas ao mesmo grupo. No dia 6 deste mês, 1,6 tonelada de cocaína foi apreendida no armazém do cais peixeiro. A droga tava escondida numa carga de chapas de compensado que iria pra Antuérpia.

No dia 3 de julho, também no cais peixeiro, mais de uma tonelada da droga foi barrada no meio de uma carga de madeira.

Cargas eram desviadas pra serem “batizadas” com a droga

Segundo a investigação, o bando usava empresas de fachada do ramo de logística portuária pra esconder cocaína em contêineres despachados pelos portos.
Por meio de informações da receita Federal, a polícia descobriu quais cargas legalizadas estavam “contaminadas” com a droga. A PF acredita que as empresas donas das cargas originais não tinham conhecimento do tráfico.

De acordo com o delegado Oscar Biffi, chefe da PF de Itajaí, uma pessoa era responsável por trazer a droga pra região, enquanto outro grupo ficava encarregado de camuflar a droga nos contêineres.

As duas empresas de logística investigadas seriam usadas pra pegar a carga do exportador e levar até o porto. No meio do caminho, a carga era desviada pra um galpão, onde o contêiner era aberto para a droga ser escondida.

Um dos detidos em Itajaí também seria responsável pela entrega e negociação da droga no porto de Santos. Por isso não descarta que mais de uma quadrilha esteja atuando nos portos locais. A suspeita é que os envolvidos usem um marcador a laser, apreendido ontem, pra adulterar o lacre dos contêineres e “batizar” as cargas sem levantar suspeitas.

PF apreendeu quase cinco milhões de dólares em casa de investigado

A PF cumpriu 18 ordens de prisão e 42 de busca e apreensão pela chamada operação Alba Vírus, em Santos, também ligada ao tráfico pelos portos. As batidas rolaram nas cidades paulistas de São Paulo, Santos e Guarujá, além de Campo Grande (MS) e Salvador (BA). Pela operação, houve cumprimento de mandados em Itajaí e no bairro Pioneiros, em Balneário Camboriú.

Doze pessoas foram presas. Entre os foragidos está um casal que seria o líder do esquema. A PF informou que eles moravam no Guarujá e se mudaram pra Itajaí, mas não foram encontrados em nenhuma das cidades. Em um dos endereços dos investigados, 4,5 milhões de dólares foram apreendidos.

A justiça autorizou o sequestro de mais de R$ 23 milhões em imóveis do grupo, entre casas, apartamentos e fazendas, que seriam comprados com dinheiro do tráfico.

A investigação começou em fevereiro, no Guarujá, quando a PF identificou membros da quadrilha. Em vídeos de celulares do bando, os suspeitos aparecem escondendo cocaína em contêineres que seriam mandados para Europa. Mais de seis toneladas da droga teriam sido enviadas pelo grupo.

 

Por Diarinho

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