Últimas análises do IMA aponta toda praia como própria, mas relatório mantém imprópria.

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A duas últimas análises de balneabilidade do IMA para a praia central de Balneário Camboriú deram resultados excelentes em todos os pontos de coleta da orla. Porém o status de Impróprio permanece.

Confira os 3 pontos com status de impróprio analisados nas duas últimas semanas.

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As análises dos dias 15/01/2020 e 22/01/2020, apontam que os pontos 04 (em frente a rua 3000), 05 (em frente a 3900) e 02 (em frente a rua 1001), estão com níveis de E.Coli por cada 100ml de água coletada, abaixo do máximo permitido. Na última análise em especial, os níveis estão abaixo de 30, o que é um resultado ótimo.

Os mesmos resultados se repetem em todos os pontos da Praia Central. Para uma análise ser considerada imprópria, ela tem como resultado níveis iguais ou maiores que 800 E.Coli por 100ml.

Mas porque o status de impróprio permanece?

O Portal Visse? vai tentar explicar, mais didaticamente, como funciona a avaliação do status de balneabilidade do IMA.

Antes de mais nada, precisamos saber que Imprópria ou Própria, são “Status” atribuídos a pontos da praia frequentada por banhistas que atingem determinadas metas regradas pelo CONAMA. O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, é órgão colegiado brasileiro responsável pela adoção de medidas de natureza consultiva e deliberativa acerca do Sistema Nacional do Meio Ambiente. 

Para um ponto da praia ganhar o status de próprio para banho, as últimas 5 análises feitas pelo órgão ambiental, no nosso caso o IMA, precisa ter 80% das amostras com resultados abaixo de 800 E.coli (coliformes fecais) por 100ml de água coletada.

Ou seja, em um exemplo bruto, a cada 5 amostras coletadas, se 4 derem resultados abaixo de 800 E.coli, o ponto ganha o Status de “Próprio para Banho”.

O mesmo acontece com o status impróprio. Se duas análises, em um intervalo de 5 análises, der resultados acima de 800 E.coli por 100ml de água coletada, o ponto ganha status de “Impróprio para Banho”. O status só muda novamente, quando voltar a ter uma média de 4 de 5 amostras voltar a dar resultados favoráveis.

Qual o problema então?

No mar, as águas circulam constantemente. As correntes marítimas “renovam” a água todos os dias nas praias. Por isso, a balneabilidade de um local pode mudar de um dia para o outro. Logo, quanto mais constantes a coleta, mais credibilidade tem os resultados.

O IMA faz as coletas semanalmente. No período de 7 dias, muita coisa acontece em relação ao mar. Como são muitos pontos para coletar e analisar, o IMA não tem distinção de condições climáticas, eles simplesmente seguem a agenda e coletam nos dias e horários pré determinados.

No caso de uma chuva torrencial num final da tarde, típico em épocas de verão, que “lava” a drenagem pluvial da cidade e acaba caindo no mar, a coleta da manhã seguinte claramente trará altos índices de contaminação. Porem uma coleta, no mesmo ponto, horas depois, pode trazer resultados muito melhores.

O que acontece em Balneário Camboriú, muitas vezes, é isso. O IMA coleta em um dia pós chuva, o resultado da impróprio, e compromete as próximas análises em dias normais. As próximas 5 análises, podem levar mais de um mês para acontecer.

Quando a mídia diz que o sistema de coleta de amostras do IMA prejudica a cidade de Balneário Camboriú, é desses comprometimentos que estamos falando. Nossa temporada de verão é curta, cerca de 2 meses. Se duas análises dão como impróprias, ela mantem o status de “Imprópria” por um mês, mesmo as seguintes tendo resultados bons. E isso afeta diretamente o comercio e o turismo da nossa cidade.

Coletas da Emasa

A Emasa tem feito coletas três vezes por semana. Os resultados variam, mas em geral, mantém todos os pontos como próprios para banho. As coletas levam em consideração um dia pós chuva por exemplo, e a coleta é feita no dia seguinte.

Um exemplo, é a coleta do Pontal Norte, feita pela Emasa no dia 20/01, em que o resultado deu 800 E.coli por 100mil. Já o resultado no mesmo ponto, no dia 22/01, apontou o nível de E.coli em 50/100ml.

Os testes realizados pela Emasa, são analisados por laboratório credenciado pelo IMA e pelo INMETRO. Portanto, tem um alto padrão de confiabilidade.

A queixa da Emasa e da Prefeitura de Balneário Camboriú, não está nos resultados apresentados pelo IMA, mas nos intervalos das análises e a metodologia usada na coleta. Essa semana, um vídeo flagrou o momento em que um bombeiro, sem equipamentos e sem respeitar a profundidade mínima, coletava amostras para o IMA.

De acordo com as especificações do CONAMA e da ANA – Agência Nacional de Águas, a coleta tem que ser feita na altura de um metro e a amostra tem que ser transportada em caixa térmica refrigerada. Regras estas que não foram vistas no vídeo.


Informações contidas no Guia Nacional de Coletas, fornecidos pela Agência Nacional de Águas – ANA.

 

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