Polícia Civil esclarece sumiço de carga apreendida no pátio da delegacia em Itajaí

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A Divisão de Investigações Criminais de Itajaí (DIC) divulgou nesta terça-feira a conclusão de um inquérito que apurou o sumiço de uma tonelada de coxas de peru congeladas que estavam em um caminhão recolhido ao pátio da Central de Plantão Policial (CPP). O furto ocorreu no pátio da delegacia, e resultou no indiciamento de nove pessoas _ entre elas um delegado, afastado do cargo pela Justiça, e dois policiais militares.

De acordo com a Polícia Civil, no dia 27 de janeiro, sexta-feira, policiais militares atenderam ao chamado de Edson Adamante, investigador particular que indicou a localização de um caminhão com indícios de alteração em um estacionamento no Bairro Cordeiros, em Itajaí. Dentro, havia uma carga de coxas de peru e asas de frango de origem suspeita. O caminhão foi conduzido até a CPP pelo próprio Adamante.

Na segunda-feira, quando a DIC assumiu as investigações, descobriu que parte da mercadoria havia desaparecido e que havia coxas de peru dentro da geladeira da CPP.

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No decorrer das investigações, que contaram com imagens do sistema interno de monitoramento e depoimentos de 25 testemunhas, descobriu-se que o caminhão tinha, de fato, sido roubado em 2014. O aparelho que refrigerava a carga era de outro veículo, roubado em novembro de 2016. E a carga, que originalmente tinha 27 toneladas e era avaliada em R$ 117 mil, foi roubada em 17 de janeiro, 10 dias antes do chamado do investigador particular.

Ocorre que, de acordo com o levantamento da DIC, Adamante ¿não possuía relação com a carga, com a empresa responsável pela carga ou mesmo com o veículo recuperado¿. Além disso, ele não tinha habilitação para dirigir caminhões e estava com a habilitação suspensa.

_ Ele estava atrás de outra carga e achou essa _ diz o delegado Weydson da Silva, responsável pelas investigações.

Quando a carga foi devolvida ao verdadeiro dono, descobriu-se que sumiu, na delegacia, o equivalente a uma tonelada em mercadorias, 67 caixas com 15 quilos cada uma. Parte do carregamento teria sido entregue como ¿recompensa¿ aos policiais que participaram da apreensão.

_ Os depoimentos conduziram à conclusão de que o delegado afastado, em conluio com Edson, ofereceu os brindes aos policiais, mesmo sabendo que ele não era o dono da carga _ afirma Silva.

O delegado afastado responderá por corrupção passiva. Edson Adamante e seu filho foram indiciados por furto qualificado. O pai foi preso em Curitiba, e sua defesa não foi informada pela polícia.

Outros quatro homens foram indiciados por receptação, por terem cuidado da armazenagem da carga antes que ela fosse descoberta por Adamante.

Os policiais militares responderão por crime de trânsito, por entregarem a direção a pessoa não habilitada, e prevaricação, já que deixaram de exercer sua função ao permitir que Adamante levasse a carga à delegacia.

 

Fonte: O Sol Diário

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