Os 19 anos do Programa Antonieta de Barros (PAB) foram celebrados na manhã desta segunda-feira (31) no Parlamento Catarinense, em um ato organizado pela Coordenadoria de Estágios Especiais, responsável pelo PAB, com direito a um momento de reflexão e de confraternização a respeito da relevância do programa, que até o momento impactou a vida de mais de 500 jovens catarinenses que por ali passaram.
Ação de inclusão
Importante ação de inclusão social e econômica promovido pelo Parlamento, o PAB foi instituído pela Lei 13.075, de 29 de Julho de 2004, e é voltado para jovens em situação de vulnerabilidade social.
O Movimento Negro Unificado (MNU/SC), a Associação de Mulheres Antonieta de Barros (Amab) e a Unegro são parceiros da Alesc no desenvolvimento deste programa, que beneficia jovens entre 16 e 24 anos, que estão regularmente matriculados no ensino médio, técnico ou superior e têm renda familiar inferior a 2,5 salários mínimos regionais. O estágio tem duração de um ano, renovável por mais um.
Oportunidade única
Representando a coordenadora de estágios especiais do Parlamento, Mirian Lopes Pereira, Remi De Faveris disse que o Programa Antonieta de Barros foi iniciado com a parceria do Fórum das Mulheres Negras para dar oportunidade para os jovens em condições de vulnerabilidade.
“Hoje são 60 jovens que estão trabalhando na Casa e que futuramente terão acesso ao mercado de trabalho. A grande proposta do programa é que esses jovens não parem de estudar. É uma oportunidade de mudarem suas vidas, aliando trabalho e educação, buscando sua qualificação profissional”, destacou o servidor.
Suas palavras foram ecoadas por outro integrante da Coordenadoria de Estágios, Dalton Giongo, que reafirmou a importância desse programa na vida desses jovens. “Antonieta de Barros fez história e deixou um legado e esse programa retrata o que ela sempre pregou”, avaliou.
A jovem Mabel Vitória Gonçalves de Jesus, de 21 anos, cursa Administração e, há mais de um ano, é estagiária do setor de memória da Casa. Para ela, o PAB representa avanço profissional. “ Estagiar na Assembleia Legislativa abre portas. É bom para o meu currículo”, disse, revelando que é uma experiência única. “ Estou apreendendo muito”. Mabel confessa que apesar de estar cursando Administração na Estácio de Sá, o seu sonho é cursar literatura. “Esse é o meu plano A”, disse.
A primeira da família a ingressar em um curso superior na UFSC, Marina de Souza Gomes, 19 anos, estuda Direito e está desde maio de 2022 estagiando na Controladoria Geral da Casa. A jovem confessa que está muito feliz com a experiência. ” O estágio no PAB não é qualquer oportunidade. É a oportunidade. Aqui a gente se desenvolve como profissional e como pessoa. Muda a vida de qualquer jovem”, disse.
João Victor Almeida Silva, 19 anos, estagiário desde maio de 2022, atua na Coordenadoria das Comissões, revela que a experiência no PAB é transformadora. “Transforma as perspectivas dos jovens porque a maior parte desses jovens que estão no PAB chegam sem expectativa por falta de oportunidade”. Estudante de Administração na Unisul, ele admite que sua visão de mundo mudou ao chegar no PAB. ” Transforma a vida dos jovens ao torná-los um novo cidadão”, disse.
A homenagem a Antonieta
O Programa tem o nome da mulher negra, professora e parlamentar que extrapolou as conquistas de sua época. A homenagem é em função da efetiva atuação de Antonieta de Barros como mulher negra e professora, preocupada com a educação pública e gratuita, despertando as reivindicações feministas e instaurando o debate racial no espaço institucional. Ela foi eleita no ano de 1935, em Santa Catarina, como primeira deputada negra do país.
Reconhecimento nacional
A importância do PAB rendeu reconhecimento nacional conferido pela União Nacional dos Legisladores e dos Legislativos Estaduais em 2022, sendo contemplado com o Prêmio Unale Assembleia Cidadã, conquistando o troféu e o selo de Assembleia Cidadã.
AGÊNCIA AL