CRIME AMBIENTAL: Prefeitura muda curso do Rio Lajeado sem licenças ambientais

Publicidade

Um crime ambiental grave está sendo cometido pela Prefeitura de Camboriú, através da Secretaria de Obras, no interior de Camboriú, na comunidade do Lajeado, entre o Caetés e o Braço.

A secretaria de Obras do Município mudou o curso de um trecho do Rio Lajeado, afluente do Rio Camboriú, por conta própria. Imagens captadas pela reportagem ainda identificaram trabalhos de desassoreamento por uma grande extensão do curso d’água. A obra ainda tem a construção de uma galeria. Tudo sem NENHUMA LICENÇA AMBIENTAL.

Um vídeo divulgado nas redes sociais do Secretário de Obras Alexandre Silveira, chamou a atenção da reportagem que foi acompanhar a situação de perto. A situação é desesperadora e o que a Secretaria de Obras está fazendo naquele local é um absurdo sem precedentes.

Publicidade

CRIME AMBIENTAL 

A lei de crimes ambientais é muito clara sobre qualquer tipo de intervenção em Área de Preservação Permanente. Vale lembrar que um rio, ribeirão ou curso d’água, seja ele do tamanho que for, e suas margens, são consideradas Áreas de Preservação Permanente pelo Art. 3° da Lei 12.651/2012.

O art. 8º da Lei n. 12.651/2012, afirma que “a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei”, devendo o órgão ambiental competente proceder à autorização prévia das hipóteses permissivas de intervenção ou de corte de vegetação”

Ou seja, mesmo que fosse de baixo impacto, ou de interesse social, teria que ter o Licenciamento Ambiental específico, o que não é o caso.

DESASSOREAMENTO

Outra intervenção que houve sem qualquer tipo de licenciamento ambiental, foi a retirada de areia do leito com maquinário. Embora importante, também deveria ter autorização ambiental para isso. Porém, ao arrepio da lei, foi realizada sem nenhum critério ou cuidado com o meio ambiente.

Sem contar que o material retirado foi colocado ao lado do Rio Lajeado, ou seja, com qualquer chuva todo material voltará a assorear o Rio.

MUDANÇA DO CURSO DO RIO

Uma das situações mais graves envolvendo essa obra, foi a mudança no curso natural do Rio Lajeado, que banha a localidade. Alterar ou retificar cursos de rio, de acordo com a IN 70 do IMA, só é possível nos casos do Art. 8 da Lei 12651, e também precisa de licenciamento ambiental.

Imagens de satélite mostram o antes, registrado em maio deste ano, em comparação com imagens captadas hoje pelo Portal Visse, que mostra claramente o antigo curso do rio, que foi transformado em uma reta.

Mesmo que a obra seja necessária, e por mais que possa, ou não, beneficiar a localidade, a ação deveria passar por trâmites legais, para até mesmo a preservação de espécies que vivem ali, como é o exemplo de tartarugas e pequenos peixes.

O Ministério Publico de Santa Catarina, através da 3° Promotoria do Meio Ambiente, abriu procedimento para apurar o caso. A FUCAM e a Polícia Militar Ambiental foram acionadas para apresentar respostas.

De acordo com informações recebidas pelo Portal Visse, a PM Ambiental se deslocou ainda na tarde desta quinta-feira para averiguar a situação, mas ainda não há informações sobre o resultado das diligências.

O presidente da FUCAM está em Brasília e foi procurado, mas a reportagem não conseguiu contato.

Publicidade