Governo do Estado promete R$ 400 milhões de recursos extras para saúde de SC

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Em visita ao novo centro cirúrgico do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, nesta quarta-feira, o governador Raimundo Colombo (PSD) falou sobre os problemas financeiros enfrentados pela saúde estadual em entrevista à NSC TV. Na conversa com a repórter Mayara Vieira, Colombo afirmou que até o fim do ano o governo do Estado destinará mais R$ 400 milhões em recursos extras para a Secretaria da Saúde.

O governador também falou sobre a ajuda de empresas privadas e a necessidade de melhorar a gestão para equilibrar as contas.

Confira os principais trechos da entrevista:

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Os repasses da Secretaria da Fazenda parecem insuficientes para atender as demandas da saúde. O governador consegue remanejar valores para ajudar a pasta?
O custo da saúde está ficando muito alto, fugindo daquilo que é possível fazer com nosso arrecadação normal. Por isso, agora fizemos um programa de Refis, para recuperação de dívida fiscal, e vamos usar esse dinheiro extra na saúde. Parte do dinheiro excedente do Porto de São Francisco também irá para a saúde e estamos fazendo outro movimento, no SC Saúde, para garantir um aporte, um recurso emergencial pra fazer frente a essa demanda. Agora, temos que continuar fazendo trabalho de gestão para reduzir os custos. Com arrecadação baixa tem que buscar dinheiro extra, mas isso tem limite. A gente vai ficar administrando a crise e fazendo o melhor dentro do possível.

Quanto pretende aumentar a arrecadação na saúde com esse recurso especial?
Vamos conseguir colocar, com o dinheiro extra ate o fim do ano, algo em torno de R$ 400 milhões. Vai resolver todo o problema que temos acumulado e vamos tentar equacionar um equilíbrio nos próximos meses até dezembro. Vai melhorar bastante.

Nesse sentido vale até a ajuda da iniciativa privada? Qual a necessidade dessas parceiras?
É mais um caminho que estamos percorrendo pra tentar alocar recursos pra saúde e esse tipo doação é legal, correta e uma forma de contribuir. Saúde antes de tudo é um dever de todos nós, um dever cristão, com a vida. Tem que somar forças, é muito fácil só cobrar, mas é importante poder ajudar.

Nessa situação de parceria com a iniciativa privada é natural que se imagine que as empresas cobrem contrapartida de alguma forma. Como isso é negociado?
O Estado não negocia. Não podemos fazer esse tipo de negociação. A doação é bem vinda, é um gesto humanitário dentro de uma política fiscal do governo.

Os empresários procuraram o governo por conta própria ou foram convidados?
Eu não acompanhei essa negociação, mas o Estado cumpre a lei e não vai fugir dela. Não há nenhuma troca porque isso não é permitido, não podemos ter essa iniciativa.

Quanto se espera arrecadar com essas parcerias privadas?
Não tenho esses dados, desse programa, mas dentro do programa de aporte de outras fontes vamos alocar mais de R$ 400 milhões extra pra saúde. Claro que quando aloca pra uma área, falta pra outra, então tem que ter equilíbrio, temos que cuidar o todo com prioridade pra saúde.

Como será a gestão do dinheiro que vier da iniciativa privada? Terá destinos específicos?
Temos um grupo técnico pra priorizar e fazer uma cronologia dos pagamentos até dezembro. Isso está sendo feito, mas há muita interferência. Terça-feira a Justiça do Trabalho fez sequestro de R$ 29 milhões. Então você faz uma programação é há interferência. É um desafio pra gente.

O quanto o senhor acompanha o problema da saúde em todo o Estado?
Toda semana avaliamos em uma reunião especial duas áreas mais criticas e uma terceira que acompanho todo dia que é a segurança. Fazemos ações em cima disso. Todas as medidas resultam dessas avaliações. Aí que decidimos esse valor extra emergencial pra saúde. Mas não pode ser um saco sem fundo, só colocar dinheiro. Precisa haver gestão. Se nesse ano consegue um dinheiro especial, nada garante que ano que vem terá. A verdade é que o modelo de saúde no Brasil implodiu. E não é um problema de Santa Catarina, é geral de todos os estados. Temos que enfrentar com as forças que nós temos. Eu acompanho regularmente.

 

Por: Diário Catarinense

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