Itajaí é referência na redução da taxa de mortalidade infantil. Para conhecer as estratégias adotadas pela Secretaria de Saúde de Itajaí na redução do índice, profissionais da Atenção Materno Infantil do Município de Brusque realizaram uma visita técnica na cidade. Em 2017, a cidade alcançou a marca de 7,5 óbitos para cada mil nascidos vivos – uma redução de 21,6% em relação a 2016 e o menor índice registrado em uma década.
O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) é um dos principais indicadores de avaliação da condição de saúde e da qualidade de vida da população. Em Itajaí, esse dado reduziu pela metade de 2006 a 2017 graças às estratégias adotadas para melhoria da qualidade do pré-natal, bem como no acompanhamento às gestantes e recém-nascidos.
“Essa visita é um reconhecimento ao trabalho que foi desenvolvido no município, bem como ao importante resultado obtido em 2017. A meta é manter as ações já instituídas para reduzir ainda mais a taxa de mortalidade infantil e dar uma assistência de qualidade a todas as crianças do município”, comenta a supervisora da Saúde da Criança de Itajaí, Silvana Ardenghi Molinari.
Os profissionais de Brusque foram recebidos na semana passada pela Diretoria de Atenção à Saúde e foram orientados sobre o Programa Nascer Itajaiense. Na última semana, três servidores do município vizinho retornaram a Itajaí para conhecer de perto o trabalho desenvolvido pelo Programa no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen e os fluxos de atendimento dos recém-nascidos.
Itajaí como referência
A enfermeira Sheila Neves Martins, responsável pelo posto de coleta de leite humano Amamenta Brusque, conta que Itajaí foi escolhida para a visita técnica pela organização do fluxo e processo de trabalho no atendimento materno-infantil. Ela explica ainda que Brusque está construindo seu protocolo de assistência à Saúde da Criança e fazer essa visita permitiu a troca de experiências, o esclarecimento de dúvidas e a aquisição de conhecimento para o enriquecimento dos projetos em andamento.
“Vimos na prática como são realizadas as orientações às puérperas na alta hospitalar, assim como o contato com as Unidades de Saúde para o agendamento do primeiro atendimento nos primeiros sete dias de vida do bebê, de modo que, a mulher já sai da maternidade bem orientada e com um agendamento prévio de um atendimento. Essas ações repercutem diretamente na prevenção e na promoção da saúde da família que recebe esses atendimentos, visto que o período neonatal é um momento crítico, no qual podem surgir várias intercorrências, que por sua vez podem ser evitadas ou amenizadas devido ao apoio e orientação prestados pelos serviços de saúde”, comenta.
Trabalho integrado
Em 2017, a Secretaria de Saúde de Itajaí deu especial atenção à assistência às gestantes, ao parto e ao pós-parto, qualificando ainda mais o pré-natal e o acompanhamento dessas mulheres e dos recém-nascidos nas unidades básicas de saúde. Por meio da Vigilância Epidemiológica e Gerência de IST/AIDS/HV, também foi intensificado o trabalho de prevenção à sífilis, HIV/AIDS e hepatites virais nas consultas de pré-natal, ofertando à gestante e seu parceiro testes rápidos de diagnóstico.
O Programa Nascer Itajaiense também teve fundamental importância para a redução da taxa de mortalidade infantil em Itajaí. Por meio dessa iniciativa, o município mantém duas enfermeiras dentro do alojamento conjunto do Hospital Marieta para fazer a integração da equipe de atendimento ao recém-nascido com a unidade básica de saúde e a família.
As enfermeiras do programa são responsáveis pelo primeiro contato com a mãe após o parto, observando intercorrências e fazendo o agendamento da visita domiciliar até o 7º dia de nascimento e das primeiras consultas do recém-nascido e da mãe. O programa ainda dá apoio para realização dos testes do pezinho, orelhinha, olhinho, coraçãozinho e da língua, bem como para aplicação das vacinas BCG e Hepatite B, que são feitas ainda na maternidade.