Mortes maternas no Hospital Marieta são investigadas

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A Polícia Civil investiga mortes de pelo menos sete pacientes em gestação ou que tinham até 42 dias após o parto em Itajaí, no Litoral Norte. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os óbitos ocorreram este ano no Hospital Marieta Konder Bornhausen.

Entre as vítimas, três são de mulheres que moravam em Itajaí. Outras quatro eram de cidades da região, mas foram atendidas no hospital.

Nesta terça-feira (19), a unidade de saúde informou que abriu sindicância e que vai enviar informações ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e ao Conselho Regional de Medicina (CRM) (nota na íntegra mais abaixo).

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Já a empresa que responde pela obstetrícia do hospital contestou os números da prefeitura e informou que, ao invés de sete, foram cinco mortes registradas em 2022. Além disso, a SMB Engenharia e Medicina relatou que as principais causas de óbito materno são a falta de assistência adequada no pré-natal e pacientes que já chegam ao hospital em estado gravíssimo.

Além disso, a empresa destacou que desde o ano passado está com problemas para receber os valores contratados por parte do hospital.

A delegada Vivian de Andrade de Mattos disse que abriu inquérito pra apurar os casos. Outros detalhes e os números das pacientes mortas, no entanto, não foram informados.
A Vigilância Sanitária de Itajaí pediu uma série de documentos relacionados ao serviço de atenção obstétrica e neonatal do hospital. A instituição, que ainda não se manifestou, tem um prazo de cinco dias para encaminhar as respostas.

O hospital é filantrópico e recebe recursos estaduais pra atender pelo SUS. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) também acompanha o caso.

O que diz o Hospital

“Sobre as denúncias apresentadas, o HMMKB reafirma o seu compromisso com a excelência no atendimento à nossa população, sendo o único hospital referência em gestação de alto risco para os 11 municípios da AMFRI, o que obviamente acarreta grande responsabilidade. Em virtude dos óbitos maternos acontecidos, sob a responsabilidade das empresas médicas contratadas, sindicâncias foram abertas para apurar detalhadamente os fatos, para em seguida enviar ao MPSC, CRMSC e demais órgãos competentes. Diante do sigilo médico e respeitando os envolvidos, as informações serão prestadas apenas aos legalmente envolvidos. O Hospital luta pela cura e pela vida, se sensibilizando com os óbitos e familiares, de modo que já comunicou à empresa de obstetrícia contratada sobre o rompimento do contrato no final de julho.”

O que diz a prefeitura de Itajaí

“A Secretaria de Saúde de Itajaí acompanha a situação do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen. Neste sentido, o Estado criou um grupo condutor, onde a Diretoria de Vigilância Epidemiológica representa a Secretaria de Saúde. Nesta segunda-feira, o Conselho Municipal de Saúde receberá em sua reunião ordinária um representante do Hospital Marieta para prestar informações sobre o assunto. A Secretaria também acompanha o procedimento aberto pelo Governo do Estado, que é o gestor do contrato com a unidade, para apurar a situação”.

G1 SC

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