Operação da PF faz apreensão bilionária em SC e mais nove Estados

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A PF (Polícia Federal) comemorou o “dia histórico” em coletiva sobre a Operação Enterprise, de combate ao tráfico internacional de drogas, na manhã desta segunda-feira (23). Isso porque mais de R$ 1 bilhão em bens foram apreendidos. Essa é a maior operação contra lavagem de dinheiro do tráfico de drogas de 2020.

Em Santa Catarina foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Balneário Camboriú, Brusque e Itajaí, e outros dois de prisão em Balneário Camboriú e Rio do Sul. A operação também fez apreensões no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco e em países da Europa. As medidas foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba.

Entre os bens retidos, estão veículos e imóveis de luxo avaliados em mais de dois milhões de euros, e 37 aeronaves, uma delas avaliada em R$20 milhões. A sede da organização criminosa investigada fica no Brasil, mas possui ramificações em vários países, atuando no envio de cocaína pelo mar. A maioria da carga parte do Porto de Paranaguá, no Paraná, e é enviada para países da Europa e da África.

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Em Lisboa, Portugal, policiais federais encontraram ainda 11 bilhões de euros dentro de malas guardadas em uma van. Segundo a PF, “É tanto dinheiro que demonstra a impunidade que essas organizações criminosas acreditam ter”.

A operação cumpriu 215 mandados judiciais, sendo 66 de prisão e 149 de busca e apreensão em Santa Catarina e em outros nove Estados. A PF teve apoio ainda da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) e da Europol (Departamento Europeu de Polícia).

De acordo com a PF, eram usadas “laranjas” e empresas fictícias para operar o esquema de lavagem de ativos multimilionários no Brasil e no exterior. A Interpol ainda emitiu difusões vermelhas, para a extradição de oito investigados que estão no exterior, em como a identificação e retenção de bens em outros países.

Segundo o chefe do escritório de pesquisa e investigação da 9ª região fiscal, Edson Shinya Suzuki, a colaboração entre a Receita Federal e a PF foi crucial para a operação, e que as organizações criminosas “estão cada vez mais especializadas”.

A operação iniciou depois de uma apreensão no Porto de Paranaguá, em 2017. Foram três anos de investigações. O nome “Enterprise” faz alusão à dimensão da organização criminosa, que atua como uma grande empresa internacional de lavagem de dinheiro e exportação de cocaína.

“Queremos o dono da droga”, afirma PF

Elvis Secco, coordenador nacional da CGPRE. – Foto: Reprodução/PF

Elvis Secco, coordenador nacional da CGPRE (Coordenadoria de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas da Polícia Federal), afirma que os traficantes estão na elite, e não nas periferias.

A PF formou uma rede de cooperação internacional para a investigação. “Estamos trocando informações de alto nível com a Europa, Ásia, África. Nós não queremos simplesmente informações sobre quem foi preso com a droga, queremos mais, queremos o dono da droga“, ressalta.

A operação deflagrada hoje foi, para a PF, histórica e capaz de “arrebentar” com a estrutura das grandes organizações criminosas.

“O crime organizado, sobretudo os traficantes, os grandes líderes, não estão na periferia, estão na elite. Estão financiando outros crimes, estão corrompendo, estão estendendo seus braços dentro e fora do País. O tráfico de drogas não pode ser encarado como meras apreensões de caminhoneiros carregando droga”, ressaltou.

 

ND Online

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