A pandemia do novo coronavírus provocou um debate na sociedade entre questões de saúde pública, sociais e econômicas, e uma pesquisa de opinião pública realizada pelo Instituto Mapa revela o posicionamento da população catarinense sobre alguns aspectos que repercutem no Estado com ações emergenciais adotadas para conter o avanço da doença em Santa Catarina.
Promovida pelo Grupo ND, a pesquisa entrevistou 1.600 pessoas no dia 2 de abril em 55 municípios de todas as regiões do Estado, com margem de erro de 2,5% para mais ou para menos.
Distanciamento social
Em relação à manutenção do distanciamento social, 57,9% dos entrevistados são favoráveis, enquanto 26,8% são contra, e outros 15,6 não sabem opinar. Observa-se ainda que o posicionamento predominante a favor da manutenção das medidas de distanciamento social é mais acentuado nas regiões da Grande Florianópolis (64,8), Serrana (62,9) e Sul (59,7), que são menos industrializadas que as demais.
Retomada das atividades econômicas
Por outro lado, quando o assunto é economia, 55% dos entrevistados opinaram ser favoráveis a abertura o quanto antes das atividades econômicas, com a condição de obedecer aos critérios estabelecidos pelas autoridades da área da saúde. Outros 26% se manifestaram contrários a tal abertura, enquanto 20% não souberam opinar.
“Parece conflitante, mas são perguntas diferentes. A segunda pergunta oferece a possibilidade de condição (a flexibilização), aspecto que passa aser importante na tomada de decisão”, explica o diretor-presidente do Instituto Mapa, José Zeferino Vieira.
A adesão a tal abertura é maior entre a população do Oeste (62%), região vocacionada pela agroindústria, caracterizado como setor essencial pelo governo do Estado, enquanto a menor da região da Capital, que tem o maior número de casos no Estado.
Manutenção do isolamento
A pesquisa também perguntou o que seria mais importante nos próximos dias, quando se iniciou a terceira semana da quarentena: aumentar o distanciamento, manter ou diminuir com flexibilizações. Mais da metade dos entrevistados (53%) opinou a favor de diminuir o distanciamento flexibilizações. Destaque para os posicionamentos das regiões do Vale do Itajaí (56,7%), Norte (55,7%) e Serrana (55,7%).
Condução da crise pelo governador Carlos Moisés
Os entrevistados também avaliaram o desempenho do governo Carlos Moisés como liderança no enfrentamento a pandemia de coronavírus. Na amostragem 71% avaliaram nos quesitos ótima e boa, enquanto 19% apontaram como “regular” e outros 10% como “ruim”. “É expressivo o apoio à liderança como vem sendo exercida pelo governo estadual no enfrentamento dado ao avanço da COVID-19, em Santa Catarina”.
Fator Jair Bolsonaro
A liderança exercida pelo presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento ao avanço da Covid-19 no país também foi avaliada. Para cerca de metade (49%) da população catarinense ela é ótima (25,5%) ou boa (23,7%).
Para Vieira, com base nos resultados da pesquisa, a liderança de Moisés tem mais aceitação, em relação a liderança exercida pelo presidente Bolsonaro.
“Existe uma maior aderência em relação ao que o Ministério da Saúde vem orientando, e como o governador tomou atitudes mais cedo, suas práticas foram mais aceitáveis”, explica.