PMs viram pajens em casamento de vereadora

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Apolícia Militar de Santa Catarina abriu um procedimento pra investigar a participação de quatro policiais da corporação que aparecem fardados e armados durante o casamento da vereadora Juliethe Nitz (PR), de Balneário Camboriú, com o ex-lutador de MMA Juliano de Pin Wandelen, o Juliano Ninja.
A festa do casório ocorreu no sábado, no restaurante Recanto do Fábio, à beira da praia das Vieiras, bairro Ilhota, em Itapema. A cerimônia religiosa foi feita ao ar livre, de frente para o mar. Mas o que chama a atenção é a presença de PMs armados de fuzis.

Em vídeos publicados no Instagram pela produtora que filmou o casamento, os policiais aparecem como pajens do noivo e acompanham toda a solenidade. Em um dos momentos, os policiais fazem a “escolta” do noivo até entrada onde está um tapete que se estende até o altar.
Após a passagem do noivo, os policiais ficam em pé no gramado, com armas em punho. A noiva chega depois, desce de um carro antigo e passa entre os policiais e os convidados até chegar ao altar. Os PMs não abandonam o posto.

Na filmagem, os policiais também aparecem antes da cerimônia. Durante a preparação do noivo, dentro de um quarto, ele recebe cumprimentos dos PMs, que já estão fardados e armados. Os PMs também participaram do jantar após a solenidade ao ar livre.
Os símbolos na farda indicam que sejam policiais do “Tático”. Eles teriam ido ao restaurante com carros da PM, já que viaturas foram vistas no local por convidados.

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Homenagem a PM

A vereadora Juliethe Nitz esclareceu que só quis homenagear a polícia Militar de Santa Catarina, num reconhecimento aos 184 anos da corporação completados em maio. Ela não explicou, no entanto, se houve uma autorização formal do batalhão ou se os policiais foram simplesmente convidados pra festa.
“Assim como a instituição participa de vários eventos públicos ou não, mas sempre com o intuito de uma aproximação com a sociedade, fiz questão da presença de representantes dessa tão grandiosa instituição nesse momento singular das nossas vidas, para prestar uma homenagem à corporação e conscientizar que a polícia, além de cidadã, está sempre presente e protegendo”, disse a vereadora, em nota oficial.

Comando da PM informa que caso está sendo investigado

Em nota oficial, o tenente-coronel Reginaldo Rocha de Sousa, chefe da comunicação Social da PM de Santa Catarina, informou que a corporação já teve conhecimento dos fatos.
Segundo o oficial, ainda ontem foi aberto um procedimento pra apurar o caso e saber quem autorizou a presença dos policiais no evento particular. “A princípio, não se trata de conduta regulamentar para este tipo de situação”, adianta o tenente-coronel no esclarecimento.
A prática não é prevista no regulamento interno da PM, explica. O tenente-coronel ainda informou que os agentes em questão são da 3ª companhia da PM em Tijucas, que integra o 12º batalhão de Polícia Militar (BPM), com sede em Balneário Camboriú.
Segundo ele, os policiais não ficarão afastados das funções durante a investigação.

Conduta irregular, avalia advogado

O DIARINHO procurou o advogado Hilton Amaral Neto, presidente da comissão de Ciências Criminais e Segurança Pública OAB. Para ele, o caso deve ser mesmo investigado.“A farda do agente de segurança pública é a vestimenta daquele em gozo da sua profissão, assim, qualquer constatação em ação diferente é plausível de uma análise de legalidade”, argumenta.
Segundo ainda o representante da OAB, nesse caso deve se aplicar o que prevê o estatuto da Polícia Militar, que proíbe o uso de uniformes quanto o policial não estiver trabalhando, a não ser solenidades militares ou, quando autorizado, em cerimônias cívicas, comemorações de datas nacionais ou atos sociais solenes.
Ele ressalta que não conhece o detalhe do caso e, por isso, acredita que o comando da PM deve se pronunciar oficialmente para informar à população se houve ou não autorização aos policiais ou descumprimento das regras da corporação.

 

Por Diarinho

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