Em um dos relatos que faz parte do acordo de delação premiada da Odebrecht, executivos da empresa afirmaram que a ex-primeira dama de El Salvador e militante do PT desde os anos 80, Vanda Pignato, intermediou o pagamento de R$ 5,3 milhões de caixa dois feito pela empreiteira à campanha de Mauricio Fortes, então seu marido e candidato à presidência do país.
Conforme o jornal Folha de S. Paulo, o montante teria sido descontado do caixa do PT junto à empreiteira no qual eram feitos pagamentos de valores ilícitos.
O dinheiro teria sido pago em 2008 pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana, que comandou a campanha que acabou elegendo Funes ao cargo em março do ano seguinte. Segundo os delatores, o abatimento do valor teve autorização do então presidente Lula, que era ligado ao casal do país centro-americano e foi um dos principais apoiadores da sua campanha.
Funes permaneceu no cargo até 2014, quando acabou recebendo asilo político na Nicarágua, após alegar que sofria perseguição política. Ele é investigado no seu país por desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito.
Ainda conforme o jornal, a ex-primeira dama negou, por e-mail, que tenha atuado na arrecadação de dinheiro para a campanha do seu então marido, e afirmou que nunca conversou com o ex-presidente Lula sobre doações para Funes. Já a assessoria do Instituto Lula respondeu que “não comenta especulação de delações”. O PT não quis se manifestar ao jornal.
Zero Hora