Homem vende moto para comprar e doar antenas que cortam linha com cerol

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O motociclista Daniel Rosa vendeu a própria moto para comprar e doar antenas que cortam linhas com cerol. Em maio deste ano, ele foi vítima de um acidente envolvendo o preparo cortante, no trecho urbano da BR-282, entre Florianópolis e São José, mesmo local onde a publicitária Josiane Marques de 34 anos morreu no último sábado (20) após cortar o pescoço enquanto passava de moto.

“Para que outras pessoas não passem por isso. Hoje eu estou aqui e posso conversar, mas infelizmente aquela moça não teve a mesma sorte”, lamenta.

O motociclista levou 30 pontos na testa e outros dez na mão. “Abri a viseira do capacete para ver se eu conseguia identificar a linha. Começou a correr na minha cabeça. A sensação é horrível, a dor, queimou. Você acha que é o fim, que não vai chegar em casa, que não vai ver os filhos”, afirma.

Segundo o motociclista, a moto foi vendida no domingo (21), por R$ 1,8 mil. Com o dinheiro, ele comprou 180 antenas. Também recebeu a doação de mais 80 equipamentos, que devem chegar entre sexta-feira (26) e segunda (29).

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Para realizar a doação das antenas, ele fez um cadastro por ordem de procura, que já recebeu o número de equipamentos doados. A instalação será feita gratuitamente.

Equipamento de segurança

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a antena corta pipa é um equipamento de segurança obrigatório para quem usa a moto para trabalhar, e que pode ajudar a evitar mortes, principalmente, em rodovias urbanizadas. Em maio, a PRF apreendeu sete pipas próximo ao local onde foram registrados os acidentes.

Lei em vigência

Desde 2001, Santa Catarina tem uma lei que proíbe a venda de cerol e também o uso de materiais cortantes em pipas. Além da apreensão do objeto, o infrator pode ter que pagar multa de R$ 200, e se for menor de idade quem responde é o responsável legal.

Caso Josiane

A publicitária estava em Florianópolis. Por volta do meio dia, voltava de moto para a casa em Biguaçu, onde iria se encontrar com a família. No caminho, uma linha com cerol interrompeu os sonhos e a vida de Josiane. Foi na BR-282, na divisa entre a capital e São José.

“Era uma pessoa tímida em sua vida, mas com os parentes, os familiares era uma pessoa super esclarecida, gostava de ajudar”, falou um familiar.

“Ela tinha se mudado, faz um ano e pouco, mas ela ia almoçar lá em casa todos os dias, passava lá pra ver a mãe duas vezes no dia, tava sempre lá junto cuidando da gente”, disse o irmão.

O responsável pela pipa que matou Josiane não foi identificado pela polícia. A Diretoria de Investigação Criminal de São José abriu inquérito na segunda-feira (22) para apurar o caso. Até esta publicação, ninguém foi identificado nem preso.

G1 SC

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